Exploração ilegal de madeira alarma o Governo: Ministro lamenta impacto económico e promete reforço de medidas
Exportações de madeira rendem apenas 34 milhões de euros ao país; ministro alerta para o risco de desflorestação e promete combate intensificado contra os infratores.
Por Feliciano Jacinto
A exploração ilegal de madeira em Angola está a ameaçar as florestas do país, criando um desafio grave e persistente, segundo o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis.
O governante sublinhou que, no último ano, as exportações de madeira resultaram em uma arrecadação de apenas 34 milhões de euros, montante que considera insignificante face ao potencial florestal angolano.
“É melhor nem exportar madeira”, afirmou, sublinhando o impacto negativo que esta prática representa tanto para a economia como para o meio ambiente.
Durante a 17.ª edição do Café CIPRA, que debateu as “Implicações dos Crimes Ambientais no Desenvolvimento Socioeconómico do País”, o ministro fez um alerta severo sobre o corte indiscriminado, especialmente do tipo mussivi — uma espécie nobre e altamente valorizada no mercado asiático.
Segundo António de Assis, a falta de fiscalização nas vias principais e entre províncias tem facilitado o tráfico ilegal de toras de madeira, intensificando a desflorestação e a produção ilegal de carvão.
Para controlar a situação, o ministério adotou novas medidas, incluindo a substituição das licenças anuais pelo regime de concessões, o que exige planos de exploração e de reposição florestal.
O ministro destacou que estas concessões proíbem a participação de estrangeiros nas atividades de corte, combatendo o uso indevido das licenças por intermediários que vendem o direito de exploração a terceiros, muitas vezes estrangeiros.
António de Assis mencionou ainda que empresas infratoras enfrentam penalidades rigorosas, como a inclusão em listas negras, cassação de licenças e aplicação de multas.
Contudo, o ministro reconheceu que, apesar do apoio das autoridades de defesa e segurança, “há ainda muito a ser feito” para conter a exploração ilegal que ameaça as florestas e a sustentabilidade dos recursos naturais de Angola.