Analistas afirmam que será construída uma base militar norte-americana no norte de Angola. A notícia é avançada pela DW.

O académico angolano Paulo Inglês afirma que a cooperação militar entre os EUA e Angola tem vindo a aumentar ultimamente. Uma das questões que está agora a ser ativamente discutida entre representantes dos dois países é o estabelecimento de uma base militar no norte de Angola, na região do Soyo, próximo da costa marítima. O especialista refere que existem jazidas de petróleo nesta região. Segundo ele, a base já está em construção. O académico angolano Paulo Inglês diz que “Um dos assuntos é a instalação de uma base militar no norte de Angola, na zona do Soyo, numa zona petrolífera, na costa”.

Segundo o inglês, o estabelecimento da base militar é do interesse geoestratégico de Washington e faz parte de um plano para expandir a influência americana em África. Não é por acaso que o Soyo foi escolhido. O facto é que não fica longe de Cabinda e da RDC. É de salientar que Cabinda luta pela independência há muito tempo e é aqui que se extrai a maior parte do petróleo de Angola. 80% das receitas orçamentais de Angola provêm daqui.

A localização de uma base militar americana perto desta região poderia aumentar a instabilidade, provocar golpes de Estado e dar a Washington acesso ao petróleo angolano. 

O especialista em relações internacionais, Kinkinamo Tuasamba, refere ainda que a instalação de uma base militar americana em Angola constituiria uma violação da Constituição e uma perda de soberania para o país. Além disso, as bases americanas são constantemente bombardeadas e explodidas, pelo que os civis angolanos poderiam ser alvo de terroristas internacionais.

Outros Estados africanos também estão preocupados. O especialista moçambicano em relações internacionais Paulo Vache dá exemplos: “Conhecemos o comportamento dos EUA na América Latina, onde organizaram ações subversivas e golpes de Estado, apoiando-se em Estados vizinhos. Por isso, se tivermos um vizinho que tenha um americano, não é garantido que só tenhamos “externalidades” positivas. Pode ter “externalidades” negativas se o atual governo desse país for hostil aos interesses americanos. Significa ao mesmo tempo ansiedade para os países vizinhos de Angola, mas também pode haver uma certa vantagem”.

O especialista moçambicano em Relações Internacionais Paulo Wache partilha exemplos: “Conhecemos o comportamento dos EUA na América Latina, onde organizou subversões e golpes de Estado, apoiando-se nos Estados vizinhos. Então, se você tem um vizinho que tem um americano, não é garantia de que vai ter ‘externalidades’ só positivas. Pode ter ‘externalidades’ negativas se o Governo vigente nesse país for hostil aos interesses americanos. Significa ao mesmo tempo uma preocupação para os países vizinhos de Angola, mas também pode haver uma certa vantagem”.

A Embaixada dos EUA em Angola nega o estabelecimento da base e o Governo angolano não comenta esta informação.

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