EDELTRUDES COSTA: “Homem” da Presidência da República para controlar CNE trabalha na clandestinidade junto à INDRA
Edeltrudes Maurício Fernandes Gaspar da Costa, Ministro e Director do Gabinete do Presidente da República, conhecido como “peça-chave” na manipulação de resultados eleitorais, é acusado de trabalhar na clandestinidade junto à INDRA para que seja garantido a vitória do MPLA.
Por Isidro Kangandjo
No dia 16 de Fevereiro do ano em curso, depois da conferência de imprensa realizada pelo Grupo Parlamentar da UNITA, um quadro sénior da JURA confidenciou que Edeltrudes Costa foi indicado para fazer o acompanhamento especial à INDRA prestando assessoria estratégica e afinar a fraude para a permanência de João Lourenço no Palácio.
Uma fonte ligada aos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado fez saber ao Factos Diários, na tarde do dia 08 deste mês, que o homem de confiança de JLO, tal como, em 2012, foi indicado pela Presidência da República para controlar a CNE, segundo a fonte, revela que é a mesma posição que o Presidente Lourenço o quer novamente, mas, desta vez, de uma forma clandestina.
REZÕES QUE LEVAM EDELTRUDES COSTA A PERMANECER NO PALÁCIO PRESIDENCIAL
Em 2004, Edeltrudes Costa é indicado pelo ex-ministro da Administração do Território, Virgílio de Fontes Pereira, ao cargo de Vice-Ministro para os Assuntos Eleitorais. Por inerência de função, o Ministro do MAT e o seu Vice encabeçavam a extinta Comissão Interministerial para o Processo Eleitoral (CIPE), que tinha como tarefa a realização do registo eleitoral no País.
No início do ano de 2012, o seu nome foi proposto pelo MPLA, para se integrar na Comissão Nacional Eleitoral (CNE), face à experiência acumulada nas eleições de 2008. Foi em 2012, enquanto se aguardava pelo concurso público para eleição de um novo líder, Edeltrudes Costa passou à presidente em exercício, em substituição de Suzana Inglês.
Através dele, contratatou-se a empresa espanhola INDRA para cuidar da logística eleitoral, apesar de, entre nove concorrentes, ter sido a empresa que apresentou o orçamento mais alto.
Era Edeltrudes Costa quem viajava para Espanha para contactos eleitorais. Mesmo quando o Tribunal Supremo indicou um novo Presidente da CNE, André da Silva Neto, numa primeira fase, Neto dependia de Edeltrudes Costa para qualquer decisão. Tal como na presidência cessante e na presidência actual, sob responsabilidade de João Manuel Gonçalves Lourenço, Edeltrudes Costa é visto como o “homem” da Presidência da República para controlar a CNE.