ECONOMIA VERDE: O motor para o desenvolvimento sustentável de Angola

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Maria Santos “Marita Venus”
Angola expressou na Conferência das Nações Unidas sobre o ambiente “Stockholm+50”, a sua pretensão de que até 2025 tenha como origem em fontes renováveis 70% da energia distribuída no país.


Por redação do Factos Diários

Esta afirmação é respaldada pela forte aposta do governo angolano em produção de energia verde com destaque para o investimento superior a 546 milhões de euros anunciado no inicio deste ano destinado a instalação de sete centrais solares nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico.

Atualmente, 2.4 GW da eletricidade distribuída no país têm como origem barragens hidroelétricas, as novas centrais solares representarão uma capacidade de produção total de 370 MW, reforçando o papel das energias renováveis na matriz energética nacional, na qual 60% da energia é de origem hídrica.

Na COP26, realizada em novembro de 2021 em Glasgow, ficou cimentado o alinhamento de Angola a ambição global que prevê reduzir até 2030 as emissões de metano (segunda maior causa de aquecimento global) em 30 %, de forma a alcançar a meta de não permitir que as temperaturas globais subam além de 1,5 graus celsius em relação à época pré-industrial.

A eficiência no uso dos recursos, a baixa emissão de carbono e busca pela inclusão são os três pilares da economia verde, e o governo angolano mostra claros sinais de estar a transitar para um modelo económico mais verde e sustentável.

A Economia verde pode ser definida como uma economia que resulta na melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica. Considerada uma alternativa ao modelo atual, o modelo de economia verde tem como contexto histórico o conceito de desenvolvimento sustentável, definido no Relatório Brundland encomendado pelas Nações Unidas em 1970 como “satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”.
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A Estratégia Nacional das Alterações Climáticas prevê uma transição climática gradual que permitirá alcançar um modelo de baixa emissão de carbono, através da maior exploração de fontes de energia renovável.

Angola, com uma radiação global em plano horizontal anual média compreendida entre 1370 e 2100 kWh/m2/ano tem potencial para produção de 55000 MW em parques solares, o que a torna o nosso país forte candidato a aderir ao exclusivo clube dos países mais verdes do continente como Moçambique, Etiópia e Zâmbia onde mais de 80% da energia elétrica tem origem em fontes de energia renováveis.

A necessidade de aperfeiçoamento e desenvolvimento de competências de suporte a cada um dos seus pilares, criará e assegurará igualmente os denominados empregos verdes.

Os empregos verdes são inclusivos abrangem todos os níveis da força de trabalho nacional, pois englobando todas as franjas do sistema de qualificação profissional, sendo tão necessários engenheiros ambientais, agrónomos, gestores de projetos como operadores de equipamentos, artistas plásticos, técnicos de isolamento e etc.

Entre as áreas com maior potencial para criação de empregos verdes podemos destacar a agricultura sustentável, ecoturismo, reabilitação urbana, energias renováveis e etc. O aumento de centros de formação profissional e número de vagas para acesso ao ensino desde básico a superior demonstram que o país está preparado para melhorar e criar as competências necessárias para apoio as infraestruturas construídas e em construção.

Apesar de não serem sinónimos, economia verde e desenvolvimento sustentável estão interligados e pode-se considerar a economia verde como um caminho para atingir o desenvolvimento sustentável.

Apesar de desafiante, a transição para um modelo económico verde pode ser bastante benéfica, pois para além de ajudar a combater a poluição, a desflorestação, a desertificação e ter impacto na conservação da biodiversidade, uma economia mais verde criará novas oportunidades de negócios e de emprego o que garante maior estabilidade social no país.

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