Divisão interna no MPLA: Especialistas alertam para o perigo de iniciativas que alimentem especulações

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Um alerta foi lançado pelo politólogo Rui Kandove, sublinhando a necessidade de o MPLA adoptar uma postura cautelosa para evitar acções que fomentem rumores, num momento em que a diversidade de opiniões entre os seus militantes e quadros é cada vez mais evidente.


Por Feliciano Jacinto

Este aviso, que foi emitido durante a participação num programa radiofónico (da Rádio Correio da Kianda) surge em resposta a uma imagem que circula amplamente nas redes sociais, convocando uma marcha de apoio ao Presidente João Lourenço, alegadamente contra elementos considerados “divisionistas e indisciplinados” dentro do partido.

A convocatória, atribuída ao 1.º Secretário Provincial do MPLA em Luanda, Manuel Homem, tem como data prevista o próximo sábado.

No entanto, o Secretariado da Comissão Executiva do Comité Provincial de Luanda negou veementemente qualquer envolvimento na organização da referida marcha.

Num comunicado divulgado nesta quarta-feira, o MPLA reitera que continua a promover a união e a coesão interna, valores fundamentais para a maior força política do país.

“Repudiamos com firmeza qualquer tentativa de manchar o ambiente saudável que temos vindo a fortalecer dentro do MPLA, bem como a tentativa de rotular alguns dos nossos militantes como indisciplinados.

A pluralidade de ideias é bem-vinda dentro do espírito democrático que caracteriza o nosso partido”, lê-se no comunicado, citado pela rádio, que desmente categoricamente as alegações de uma marcha organizada contra membros do partido.

A mesma nota destaca ainda que, apesar das tentativas de confundir a opinião pública, os militantes e simpatizantes do MPLA são encorajados a participar de forma massiva nas atividades partidárias que têm lugar nos vários municípios de Luanda, em defesa do partido e do seu líder, o Presidente João Lourenço.

Para Rui Kandove, a existência de posições divergentes dentro de uma organização como o MPLA é natural, mas o partido deve abster-se de iniciativas que possam alimentar especulações, o que só contribui para aumentar o clima de desconfiança entre os seus membros. “Não faz sentido criar uma divisão entre ‘bons’ e ‘maus’ camaradas.

A liderança deve estar atenta para travar especulações e reforçar a união interna”, concluiu o politólogo.

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