Directora do RH do MED acusada de estar envolvida na falsificação de dados

Laudemira Gomes, Directora Nacional dos Recursos Humanos do Ministério da Educação, é apontada como a principal actora do esquema de fantasma e abuso de poder do concurso público da educação 2019/2020 realizado na província do Bengo. O assunto em volta, continua a gerar polémica por parte dos candidatos, activistas sociais e membros da sociedade civil daquela Parvónia.

Por Redacção do “Factos Diários”

Em Novembro, os jovens naturais do Bengo, foram motivados para poderem concorrer nas 489 vagas, antes do teste, os candidatos passaram na avaliação de documentos. Depois de serem aprovados, só assim efetuaram o exame, e, mais tarde, viram na lista geral de resultados definitivos os seus nomes como admitidos com notas invejáveis como é o caso do Geofísico João António Chico tendo sido admitido com 16.75 valores para leccionar a cadeira de física. Ocorrido algum tempo, a página virou para o pior, ou seja, os resultados foram deturpadas, outros afastados e outros não sabem se foram admitidos ou reprovados porque os seus nomes não constavam numa lista ou outra.  

O Portal Na Mira do Crime, efectuou durante um mês trabalhos de investigação quanto ao concurso realizado na província do Bengo, várias sensibilidades foram entrevistadas assim como os representantes dos candidatos que viram o seu sonho ser quebrado pela uma equipa de inquérito que saiu do Ministério da Educação liderada pela Directora dos Recursos Humanos, Laudemira Gomes.

“A equipa que efetuou o inquérito veio apenas piorar o processo que tinha pernas para andar. A intenção da comissão era concretizar os seus desejos enquadrando pessoas que nem se quer participaram no concurso”, disse activista Jaime Domingos.

João António Chico é licenciado em Geofísica pela Universidade Agostinho Neto;  Josemar Simão Pedro, licenciado em Geofísica e Pós-graduado em pedagogia pela Universidade Agostinho Neto; José Feliciano Cussoia, Licenciado em Engenharia Informática pelo Instituto Superior de Tecnologias de Informação e Comunicação;Barnabé Cassinda, Técnico Médio de Magistério Primário e Matondo Damião Cardoso Simão licenciado em História no ISP-Bengo.

Estes Candidatos fazem parte da lista dos 18 elementos com perfil e notas excelentes mas que foram excluídos por razões desconhecidas.

A VERDADE DO CONCURSO NO BENGO QUE O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NÃO QUER REVELAR

De acordo com a conversa telefónica que mantivemos com acusada, afirma que muitos candidatos não tiveram a formação na área, por isso,  foram afastados.

Notamos que a mentira tentava dominar o que se apurou. A equipa de investigação entrou muito antes em contacto com outras comunas excepto o Nambuangongo onde tudo está acontecer e registou neste inquérito o seguinte:

foram inseridos cerca de 60 candidatos fora da área de formação. O exemplo está o senhor Manuel Gregório Pedro Augusto, candidato do Puniv no curso de Ciência Física e Biológica, foi admitido com 12,5 valores.

Nessa lista, encontramos 9 Candidatos do Ambriz, 7 Bula-Atumba, 6 Dande, 11 Dembos/Quibaxi, 21 Nambuangongo e 6 no Pango-Aluquém.

A injustiça, leva os lesados a citar o artigo da Constituição Angolana no seu artigo 23º Números 1 e 2 que diz: “1. Todos são iguais perante a Constituição e a lei”

2. Ninguém pode ser prejudicado, privilegiado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão da sua ascendência, sexo, raça, etnia, cor, deficiência, língua, local de nascimento, religião, convicções políticas, ideológicas ou filosóficas, grau de instrução, condição

económica ou social ou profissão.

“O que precisamos é que a senhora Directora venha repor a legalidade de forma que tenhamos a nossa situação devidamente resolvida, uma vez que o novo paradigma governamental visa a transparência, o combate à impunidade, o resgate do bom funcionamento das instituições, o combate à corrupção, nepotismo e favoritismo”, afirmam os lesados.

RESUMO DAS IRREGULARIDADES ASSISTIDAS NO CONCURSO PÚBLICO DA PROVÍNCIA DO BENGO

 Infiltrados e admitidos 28

Candidatos inscritos e admitidos sem terem realizado os testes 13

Candidatos inscritos e admitidos com notas alteradas 11

Candidato admitido em dois municípios com diferentes notas 1

Candidatos admitidos fora da área de formação 60

Candidatos transferidos 102

Candidatos com perfil e notas excelentes mas excluídos  18

Vagas disponíveis 32

De acordo com um dos funcionários da direcção provincial da Educação no Bengo, avança para 100 vagas disponíveis uma vez que alguns rejeitaram serem transferidos para outros municípios.

Antigo director Provincial da Educação na provincia do Bengo, foi afastado no período que estava a ocorrer o concurso público, segundo pessoas anónimas da DPEB, contam que o dirigente estava decepcionado com a forma que estava sendo gerido o concurso público.

O GOVERNO PROVINCIAL DO BENGO EMPURRA A RESPONSABILIDADE DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Até aqui ninguém quer assumir a responsabilidade salvo a senhora Laudemira. Por mais de duas vezes, tentamos entrar em contacto com actual director provincial da Educação Manuel Fernando através do terminal 936104443 e este nunca se quer atendeu as chamadas.

De forma a ouvir governo provincial, Director Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Bengo, avançou no dia 11 de Maio do ano em curso que o assunto ora é da responsabilidade do MED tendo em conta as irregularidades apresentadas no primeiro inquérito. “ a direcção Provincial da Eduacação já efectuou o seu trabalho e todo o processo foi enviado ao Ministério da Educação, apenas eles têm a missão de responder”, disse.

No dia 12 de Maio do ano em curso, entramos em contacto com director do GCII, Carlos Contreira e este escreveu o seguinte: “ o concurso público foi feito pelo Governo do Bengo. O Vice-governador foi o Presidente do júri. O Ex-Director da educação foi afastado das suas funções e nomeada outra pessoa que pensamos, deverá ou deveria ser ouvida

AS VAGAS QUE RESTARAM PODERÃO SER COMERCIALIZAS

 Funcionários Públicos do governo provincial do Bengo, revelaram no dia 07 de Maio dizendo que as vagas que restaram poderão ser comercializadas 500 mil kwanzas. O que preocupa os cidadãos é que as vagas serão compradas pelos jovens de Luanda uma vez que esses têm famílias com melhores condições financeiras.

“A nossa província continua no esquema de corrupção acelerado. Incluível pessoas que tiveram melhores notas foram excluídas”, disse o senhor Paulo.

De recordar que inclusive aqueles que são formados na área, foram também excluídos. Aqui está mais um desafio à PGR para responsabilizar os actores criminalmente.  

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