Dez anos de trabalho em vão: Funcionários da empresa SIFLAJÓ em Cacuaco Lutam por salários há uma década
Os trabalhadores da empresa de segurança SIFLAJÓ, responsável pela vigilância em várias instituições públicas, incluindo a Administração Municipal de Cacuaco, vivem um verdadeiro pesadelo há mais de dez anos. Ontem, os funcionários, cansados de viver na miséria, manifestaram-se contra a ausência de salários que já ultrapassa uma década, expondo uma situação de desespero e negligência.
Por Marina do Rosário
A SIFLAJÓ, que presta serviços a diversas instituições estatais, como hospitais, escolas, mercados e outros, tem sido alvo de críticas severas por parte dos seus trabalhadores. Estes denunciam que, além de não receberem os seus salários, enfrentam condições de vida deploráveis, com falta de alimentação adequada e sem acesso aos subsídios de férias a que têm direito.
Um dos manifestantes, em lágrimas, questionou a falta de humanidade da administração: “Já batemos à porta do Administrador, mas não tivemos resposta. Temos colegas que foram afastados da empresa sem aviso e até agora não nos dizem nada. Será que o Administrador não tem coração? Só queremos os nossos salários”, desabafou.
A direcção da SIFLAJÓ justifica o atraso salarial com a falta de pagamentos por parte da Administração Municipal de Cacuaco. Simão Muanda, director da divisão de segurança da empresa, declarou que apenas os funcionários que prestam serviços à Administração Municipal de Cacuaco estão sem salários, apontando o dedo à entidade pública pelo incumprimento.
Confirmando a situação, mas sem avançar com mais detalhes, o director para a área de comunicação e imagem da Administração Municipal de Cacuaco admitiu que existem, de facto, dívidas para com a SIFLAJÓ. No entanto, não ofereceu soluções nem prazos para a regularização dos pagamentos.
Enquanto isso, os trabalhadores continuam a viver uma verdadeira agonia, sem qualquer perspectiva de melhoria, e a pergunta que não quer calar é: até quando a Administração Municipal de Cacuaco e a SIFLAJÓ vão continuar a brincar com a vida desses cidadãos?