“Desta vez compro mesmo a briga. Aturei demais e se o Graça quiser, vamos até o fim”, Celso Malavoloneke

DESCULPAS AO SINDICATO DOS JORNALISTAS DE ANGOLA E RECADINHOS AO GRAÇA CAMPOS


Texto de Celso Malavoloneke

 

Num post que fiz ontem sobre a violência contra os jornalistas, duvidei que o SJA se fosse pronunciar contra. Logo depois vi um post do Teixeira Cândido  condenando inequivocamente a agressão; em função disso retirei a alusão a essa dúvida, mas não enderecei um pedido explícito de desculpas. Faço-o agora ao TC que não foi meu colega de sala como o Graça Campos erradamente diz mas colega de curso e Universidade.

Fui lembrado desse lapso pelo Graça Campos, mas mais uma vez, de forma tão mal educada que desta vez compro mesmo a briga. Aturei demais e se o Graça quiser, vamos até o fim. Estou cansado de ser atacado e não responder. Não faz o meu género ser alvo de frustrações que não causei. Por agora umas poucas notas:

  1. Tive e espero continuar a ter um grande respeito pelo GC. Em 2004 leu um texto meu escrito a partir da Libéria e pediu-me para ser colunista do jornal que dirigia. Com o tempo foi-me confiando dossiers que exigiam alguma complexidade. A única vez que fui parar ao Tribunal foi solidariamente com o Director do Semanário Angolense por causa das matérias sobre a IURD. Em todo esse processo nunca cobrei um tostão. Há duas coisas que o Graça fez que me merecem gratidão eterna: quando terminei a minha licenciatura, pagou um almoço para 100 convidados na Casa 70 e quando vendeu e saiu do Semanário Angolense deu-me 1.500 USD. O único pagamento que fez em cerca de 6 anos de colaboração. Também nunca pedi salário pois apenas queria praticar jornalismo em função do curso que seguia. A única vez que fui a uma manifestação foi uma vigília para a libertação do Graça preso pir conta de uma queixa de Paulo Tjipilika (meu primo-irmão por afinidade). Deixei-me fotografar abraçado à esposa e quase fui despedido do UNICEF). Essa é a razão pela qual nunca respondi aos repetidos ataques do Graça.
  2. Não é verdade, portanto, que eu era “um colaboradorzito” como já disse publicamente. Tanto assim é que pediu-me expressamente que não abandonasse o SA e apoiasse o novo Director. Por conta disso, o Salas Neto (esse sim) ofereceu-me um salário de 2.000 USD/mês e deu-me a responsabilidade de escrever as matérias de capa. O próprio SN disse quando saí que fiz “mais de 90% das grandes matérias do jornal”. Nunca entendi as motivações do GC em diminuir um trabalho que está à vista de todos e do qual nunca me gabei (nem preciso, quem chegou a Secretário de Estado não se gabará por isso). Ou melhor, entendi como explicarei adiante.
  3. A súbita “raiva” ou “rancor” surgiu ao mesmo tempo que assumi a militância no MPLA e aceitei nessa condição fazer parte do painel do “Conversas Entrecruzadas” do João De Almeida. Coincidência? Na altura já era patente o “ódio” do GC a tudo o que cheirasse o executivo e o partido que o sustenta. Os motivos, claro, só ao Graça dizem respeito. Esse “fervor” era (é) tão arraigado que não se coíbe insultar e ofender pessoas que até têm por ele muito carinho, desde que se identifiquem com o maioritário. Os amigos e familiares que conhecem a minha consideração por ele vão dizendo que isso não é normal. Razões portentosas estarão por trás destes ataques absolutamente gratuitos.
  4. Quanto a mim, tenho a dizer ao Graça o seguinte:
  5. a) Para mim, tu podes até estar ao serviço da UNITA, como se diz; não vejo mal nisso e continuas a mesma pessoa. Claro que preferia que assumisses às claras como eu, mas também conheço a política o suficiente para saber que pode ser uma boa estratégia pareceres jornalista para melhor fazeres passar a nensagem desse partido. A minha consideração pessoal e profissional não se afectam por isso. Sou parente ou amigo de grande parte dos líderes da UNITA e desde 1992 tenho um histórico de separação das águas que tu nem conheces mas a UNITA sim.
  6. b) Não precisas por isso de (des)tratar-me como inimigo. Nem os próprios da UNITA o fazem. Nem precisas denegrir ou diminuir a minha trajectória profissional; os lugares onde servi, tu nem sonhas algum dia pôr os pés muito menos falar ou escrever, até porque já não vais mesmo a tempo. Não sou superior a ti por isso, muitíssimo menos inferior. Eu sou eu, tu és tu. Ambos podemos conviver na base do respeito pelas diferenças. Esses arroubos parecem-se com (essa sim) vil inveja e não precisas disso.
  7. c) Vamos discordar? Sim, muitas vezes o fizémos. Na boa, com amizade, sem nomes feios pelo meio. Permito-te que me chames “kilombo kiahasa” porque sempre acreditei na limpidez do teu coração. Não me convenças que estou enganado, pois perderás algo complicado na nossa idade. A amizade genuína acima de pruridos outros que a vida sempre traz.
  8. d) É claro que a escolha é tua. Como vês, decidi levantar a luva. Já não tenho as limitações que os cargos me impunham, portanto se quiseres continuar por esse caminho de ataques “ad homini”… vamos a isso! O tempo que levar. Só não te esqueças que por força da idade tenho mais fôlego que tu.

Boa tarde de domingo, (ainda espero) amigo…

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