Corrupção nas fronteiras pode ajudar na proliferação da Covid-19 entre Angola e RDC

Numa entrevista que o Portal Factos Diários efectuou hoje, 27, ao Deputado do Ciclo Provincial da UNITA no Zaire, João Quitas, avançou que o esquema de corrupção e violações copiosas da cerca sanitária, pode custar caro às provinciais vizinhas com República Democrática do Congo e Congo Brazzaville.

Por Isidro Kangandjo

 Na província do Zaire de forma particular, existe quatro municípios que fazem fronteira com a RDC e, todas, de acordo com o parlamentar, estão em perigo como Soyo, Mbanza Kongo, Noki e Kuimba. O município do Soyo por exemplo, regista mais de 30 vias que dão acesso ao país vizinho e, segundo conta, tem criado muito constrangimento aos aldeões e aos agentes de segurança destacados naquele município.

“Por mais boa vontade que haja para controlar a fronteira, há sempre cidadãos angolanos assim como da RDC que tentam atravessar as fronteiras de forma ilegal violando assim a cerca sanitária que se instalou em dois países. Por outro lado, existe cumplicidade dos agentes de guarda fronteira e Polícia Nacional que, em troca de dinheiro, facilitam o acesso desses e de outros casos”, denunciou o parlamentar.

Deputado Quintas

O que preocupa o Deputado João Quitas é a falta de responsabilização criminal dos agentes envolvidos nessa prática. O contrabando de combustível é um negócio que continua na embocadura do Rio Zaire e, em alguns casos, os encobridores têm sido os agentes da Polícia. Numa altura em que o número de infectados com a peste mundial continua aumentando naquele país, as províncias acima referidas estão em risco, por isso, o reforço deve ser contínuo para se evitar situações piores.

“A corrupção nas fronteiras não deve servir como motivos de colocar em risco outras províncias fronteiriças. Alguns agentes da Polícia Nacional com comportamentos desviantes, recebem valores monetários, alguns com mil kwanzas para facilitar o acesso entre dois países. Quero apelar aos órgãos de seguranças de que o dinheiro não pode colocar em risco a vida de 28 milhões de habitantes”, alertou. 

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