CORRUPÇÃO: Chineses e Congoleses sentem-se humilhados pelo Ministério das Pescas e Marinha de Guerra

No dia 23 de Abril de 2021, através da  operação transparência, as autoridades da Marinha de Guerra Angolana e o Ministério das Pescas, apreenderam a embarcação BOSA F2, de nacionalidade congolesa que teriam a navegar supostamente nas águas angolanas.


Por Isidro Kangandjo

Numa conversa que o Factos Diários manteve com Yu Zhenwen, capitão da embarcação BOSA F4, conta que antes da chegada das autoridades angolanas, a embarcação da RDC  estava a realizar as suas actividades pesqueiras nas águas territoriais congolesas, porém, segundo conta, foi interceptado pelas autoridades da Marinha de Guerra Angolana e o Ministério das Pescas que obrigaram desviar a rota de forma abusiva para o porto de Soyo onde se encontram há mais de três meses.

“No momento do incidente, a Marinha de Guerra Angolana apontou a arma em direção às nossas cabeças para conduzir-nos à força até o porto de Soyo em Angola. Enquanto estavam a apontar armas em direção às nossas cabeças, nós tentamos demonstrar através do GPS que estávamos a realizar atividades pesqueiras em águas territoriais congolesas, porém as autoridades angolanas simplesmente ignoraram. Não haviam nenhuma prova de que cruzamos os limites territoriais, confiscaram as nossas provas, apontaram armas em direção às nossas cabeças e as utilizaram para bater em nossas cinturas”, disse o Yu Zhenwen .

AUTORIDADES ANGOLANAS SEQUESTRARAM E PEDIRAM DINHEIRO PARA LIBERTAR CIDADÃOS DA RDC E CHINA

O capitão, conta que foram sequestrados até o Porto do Soyo, secretamente, “esconderam-nos em um local comum onde não havia pessoas e aguardaram que a nossa empresa entregasse dinheiro em troca do nosso resgate”. Durante as complicações, o Ministério das Pescas já haviam vendido os peixes, removeram todo o gasóleo, levaram os telefones assim como o dinheiro que estava no barco.

O capitão de 64 anos de idade de nacionalidade chinesa, foi agredido duramente pelos elementos da Marinha de Guerra Angolana onde acabou por perder um dente e muito sangue por causa do ferimento. A outra vítima é o mecânico de 60 anos de idade que foi despido ao público e espancado as suas nádegas com um bastão de madeira.

“Já solicitei diversas vezes às autoridades angolanas que mostrassem evidências, até o momento já se passaram mais de três meses e não apresentaram nenhuma prova ou relatório, além de não ter apresentado nenhuma carta à nossa empresa congolesa para informar o incidente do nosso barco apreendido”, lamentou o nosso interlocutor.

“A MODA É ANTIGA E MUITAS AUTORIDADES DA MARINHAS E DO MINISTÉRIO DAS PESCAS TERÃO FICADO RICOS COM ESTA PRÁTICA”

Um dos funcionários da RDC identificado pelo nome de Joe, que se encontra no Soyo há um mês para se encontrar soluções da embarcação BOSA F2, fez saber ao Factos Diários que as embarcações do Congo tem passado por várias humilhações e extorsão por parte das autoridades angolana e, esta prática, já causou enormes prejuízos para a empresa.

A moda é antiga e muitas autoridades da marinhas de Guerra e do Ministério das Pescas terão ficado ricos com esta prática. Já persistiu por mais 41 vezes pagando multa avultado e nunca há nenhum tipo de evidência. Nossos contratos já expiraram há mais de dois anos, porém já estamos cansados de permanecer em Angola”.

Director da Agricultura e Pescas no Zaire reconhece a demora e promete resolver ainda amanhã, primeiro de Julho.

O Director Provincial da Agricultura e Pescas na província do Zaire, reconheceu que a embarcação BOSA F4 está devidamente apreendida nas águas angolanas e todo um processo quando se trata de inflação, carece de um melhor tratamento e isto resultou no atraso da resolução do problema. “O processo foi devidamente encaminhado para o Ministério da Agricultura e Pescas”. Segundo Inspetor Bento a embarcação já está notificada desde ontem, 29 de Junho, e, de qualquer forma, a empresa poderá proceder o pagamento da multa que será avaliada em 25 a 40 mil dólares, mas se não se encontrar nenhuma inflação, passará por absolvição.

“O Ministério da Agricultura e Pescas está preocupado com essa situação e hoje, (30 de Junho) vamos reunir com os funcionários da embarcação BOSA F4”. Sobre apreensão dos meios o Inspector explica que não foi de forma ilegal, trata-se do cumprimento da lei. Quanto a tentativa de extorsão, o dirigente solicitou que os lesados devem abrir a queixa para que os prevaricadores sejam responsabilizados criminalmente. A boa nova é que até amanhã as autoridades angolanas poderão proceder a entrega da embarcação mas cumprindo todos os procedimentos.

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