CORREDOR DO LOBITO: Angola, Eua, RDC, Zâmbia e Tanzânia abordam vantagens da estratégica infra-estrutura
Aconteceu hoje à tarde, em Benguela, nas instalações fabris do Grupo Carrinho, uma cimeira com a participação dos Presidentes de Angola, Estados Unidos da América, Congo Democrático, Zâmbia e Vice-Presidente da Tanzânia, consagrada por inteiro ao Corredor do Lobito, a estratégica plataforma logística projectada para ligar, por caminho de ferro, a costa angolana (Oceano Atlântico) ao Oceano Índico.
A reunião de alto nível esteve inserida no programa de visita a Angola do Presidente norte-americano, Joe Biden.
O Presidente João Lourenço, anfitrião, dirigiu aos participantes as seguintes palavras:
“Sua Excelência Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos da América,
-Sua Excelência Félix Tshisekedi, Presidente da República Democrática do Congo,
-Sua Excelência Hakainde Hichilema, Presidente da República da Zâmbia,
-Sua Excelência Philip Mpango, Vice-Presidente da República Unida da Tanzânia,
-Estimados Membros do Congresso dos Estados Unidos da América,
-Prezados Membros das distintas Delegações,
-Caros convidados,
-Minhas Senhoras, Meus Senhores.
Permitam-me que vos saúde com um grande entusiasmo ao acolher-vos nesta cidade de Benguela, sobre a qual recai a atenção de todos os angolanos que se congratulam com a presença de Vossas Excelências no nosso país e reconhecem a importância desta Cimeira para o desenvolvimento integrado do continente e a interligação deste com o mundo.
Agradeço ao Presidente Joe Biden, ao Presidente Félix Tshisekedi, ao Presidente Hakainde Hichilema e ao Vice-Presidente Philip Mpango, pela honra que nos concedem ao participarem deste evento que passará a ser uma referência histórica do comércio mundial e cadeias logísticas.
Angola vive uma situação de paz e estabilidade e está comprometida em respeitar as suas obrigações e compromissos com os parceiros internacionais, quer ao nível institucional como ao nível dos investidores que escolheram o nosso país como destino para os seus negócios.
Importa sublinhar a importância estratégica do Corredor do Lobito que, com o Porto do Lobito e o Caminho de Ferro de Benguela, foi na década de 70 uma das linhas férreas mais rentáveis do mundo, ao transportar 3,3 milhões de toneladas de carga por ano.
Estamos a projectar a optimização desta importante infra-estrutura como parte integrante de uma rota internacional e transcontinental, capaz de ligar o Oceano Atlântico ao Oceano Índico e, desta forma, ligar em segurança os continentes americano, europeu, africano e asiático com ganhos nos tempos de transportação e custos dos fretes marítimo e ferroviário.
O Corredor do Lobito tem uma importância estratégica pelo contributo que vai prestar à dinamização do comércio intra-africano, no contexto da Zona de Livre Comércio Continental Africana e do comércio mundial.
Excelências,
Com a presença ao mais alto nível dos nossos parceiros da RDC e da Zâmbia, assinámos em Julho de 2023 o contrato de concessão para a gestão do Corredor do Lobito, com um consórcio privado constituído por empresas de reconhecida capacidade.
Gostaríamos de destacar a realização da Cimeira de Líderes EUA-África em Dezembro de 2022 em Washington D.C, na qual a Administração Biden anunciou o seu compromisso no apoio à construção e reabilitação de infra-estruturas em África, o que começou a ser materializado com o Corredor do Lobito a partir da declaração conjunta EUA e União Europeia, tornada pública à margem do evento sobre Parcerias para as Infra-estruturas e Investimento Global, durante a Cimeira do G20 realizada na Índia em 2023.
O Corredor do Lobito será um factor impulsionador do desenvolvimento económico que vai proporcionar a crescente participação das Pequenas e Médias Empresas nas cadeias de valor empresarial, sobretudo na agricultura, na indústria e na mineração, para aumentarmos de forma inclusiva o comércio e o crescimento económico da região da SADC e da região da África do Leste.
Cientes de que o compromisso político de todos os intervenientes na concretização deste grandioso projecto é um facto inegável, é importante que os países africanos directamente envolvidos, os financiadores e o consórcio empresarial que tem a concessão, promovam as acções que se impõem para a concretização deste importante projecto, que vai impactar positivamente no transporte marítimo e ferroviário internacional, no comércio internacional, na transição e segurança energética, na segurança alimentar e, de uma forma geral, na economia mundial.
Muito obrigado pela vossa atenção e votos de um trabalho com resultados que sejam benéficos para todos”.