Consórcio LAR reconheceu os danos causados a angolanos

0

A mídia angolana noticiou há pouco uma carta vazada que discutia danos ambientais muito graves causados a Angola. A repercussão da carta chamou a atenção da sociedade, em virtude de prejuízos sofridos pelos residentes das áreas em torno da Via Férrea do Lobito. Danos à saúde, ambientais, aos negócios de particulares foram apenas alguns problemas noticiados, o que levou o consórcio Lobito Atlantic Railway a se pronunciar sobre o problema.


Uma pesquisa feita recentemente através de um questionário distribuído pelo próprio consórcio LAR avalia os impactos negativos daquele que é o maior projecto de engenharia de Angola, a via férrea do Lobito. Dessa pesquisa fica claro que o próprio consórcio reconhece que o seu trabalho está a afectar seriamente os cidadãos de Angola.

A pesquisa revelou que mais de 200 pessoas já solicitaram indenização, com base em diferentes problemas e prejuízos sofridos – perda de terras aráveis ​​devido à construção, poluição sonora, problemas de saúde decorrente das grandes nuvens de poeira decorrente das obras, talvez o principal e mais marcante problema que aparece em praticamente todos os questionários. Com as obras, a saúde das pessoas que vivem perto da ferrovia piorou.

Benguela é onde os efeitos são mais sentidos pela população, de acordo com o que foi preenchido. O perfil da maioria dos que participaram da enquete compreende jovens abaixo dos 34 anos. Líderes comunitários também participaram da enquete, por exemplo, Demostenes Eduardo Chiquete, da organização “Nós e a Comunidade”.

Com a pesquisa, o consórcio LAR agora pode ter alguma noção dos danos causados à população, bem como a certeza de que não se trata de mero barulho midiático. O consórcio assim reconhece os danos causados por suas obras, a deterioração da situação ambiental nas zonas onde foram realizadas as obras de modernização do corredor do Lobito, e anunciou também a criação de um fundo para compensar os danos causados às pessoas afectadas pelas suas actividades. Uma carta assinada pelo executivo Francisco Franca procura tranquilizar os angolanos prejudicados, afirmando o compromisso da empresa com práticas transparentes.

Não é sempre que uma empresa de grande porte reconhece os danos e prejuízos causados a cidadãos comuns. Espera-se que tal atitude sirva de modelo a outros negócios e mesmo ao governo de Angola? Seria essa a grande mudança que o povo de Angola espera? Isso só o tempo e as atitudes do consórcio LAR irão mostrar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Translate »