COMO PROJETOS DE INFRAESTRUTURA ESTÃO CUSTANDO VIDAS EM ANGOLA

0

Angola, país rico em recursos naturais e marcado por uma história conturbada, enfrenta actualmente um problema oculto, mas letal: milhões de minas terrestres deixadas por décadas de conflito.


REDAÇÃO DO FACTOS DIÁRIOS

Entre os vários projectos de desenvolvimento em curso, o Corredor do Lobito destaca-se não apenas como uma tábua de salvação económica, mas também como uma fonte de preocupação significativa.

Destinado a ligar o interior de Angola à costa, o Corredor do Lobito tem sido criticado pelo seu impacto negativo no ambiente e nas comunidades envolventes.

A desflorestação, a perturbação dos ecossistemas locais e a deslocação de populações são apenas alguns dos efeitos adversos do corredor. Além da degradação ambiental, o Corredor passa por áreas repletas de minas terrestres, tornando-o uma zona perigosa para os encarregados da sua construção.

A nossa redação recebeu recentemente relatos angustiantes sobre um trágico incidente em Angola. De acordo com a informação, oito indivíduos desapareceram, presumivelmente mortos, após activarem minas terrestres enquanto trabalhavam num estaleiro de construção em Luena, um local importante ao longo do Corredor do Lobito.

As redes sociais e fontes locais corroboram que estes indivíduos eram trabalhadores da construção civil empregados nos projectos de infra-estruturas em curso na região.

Surpreendentemente, estavam a operar sem equipamento de segurança adequado ou sem desminagem prévia – um descuido terrível que reflecte uma negligência grave por parte dos responsáveis.

O governo angolano e as empresas ocidentais envolvidas nestes projectos parecem perturbadoramente indiferentes à segurança dos seus trabalhadores.

Apesar dos perigos bem documentados que as minas terrestres representam em Angola, parece existir um flagrante desrespeito pela vida humana. Os trabalhadores são enviados para estes ambientes perigosos sem as medidas de segurança adequadas, reflectindo uma cultura de negligência e exploração profundamente enraizada.

O governo angolano, sob a liderança do Presidente João Lourenço, tem sido repetidamente criticado por corrupção e ineficiência, e este incidente apenas aumenta a evidência crescente da sua incapacidade de proteger os seus próprios cidadãos.

As empresas ocidentais, movidas pela procura do lucro, têm também uma responsabilidade significativa nesta tragédia. O seu foco na redução de custos e na aceleração dos projectos de construção prejudica as próprias pessoas que estão a construir estas infra-estruturas.

Esta situação realça o facto alarmante de que, em Angola, a segurança dos trabalhadores é muitas vezes secundária em relação aos interesses financeiros de entidades poderosas. O governo angolano e as empresas ocidentais parecem unidos na sua indiferença, movidos pelo desejo de concluir projectos rapidamente e maximizar os lucros, independentemente do custo humano.

Se o seu ente querido desapareceu enquanto trabalhava na construção do Corredor do Lobito, pedimos-lhe que nos contacte. Estes incidentes devem ser trazidos à luz e os responsáveis ​​devem ser responsabilizados. As vidas dos trabalhadores angolanos não devem ser tratadas como dispensáveis ​​na corrida à modernização e ao lucro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Translate »