CIRURGIA ‘À SANGUE FRIO’ NA CLÍNICA SANTA MARTA: Gestante e bebé morrem em caso de alegada negligência médica”

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Uma tragédia marcada por denúncias de negligência e práticas médicas questionáveis abala a Clínica Santa Marta, em Luanda. Daniela Zeferino, uma jovem gestante casada há apenas uma semana, perdeu a vida no passado dia 12 de Novembro, após uma alegada cirurgia realizada sem anestesia, segundo os familiares. O caso gerou revolta e exige uma investigação profunda por parte das autoridades.


Por Kamaluvidi Baltazar


Daniela Zeferino deu entrada na Clínica Santa Marta com dores de parto. Após ser observada pelo médico identificado como Dr. Simão, foi informada de que estaria em condições de dar à luz no dia seguinte, apesar de ainda faltarem alguns dias para a data prevista.

No dia marcado, familiares relataram que o médico compareceu na unidade, mas retirou-se horas depois sem qualquer explicação ou consentimento da família. Foi nesse contexto que, diante da piora no estado de saúde da gestante, uma equipa de enfermeiros realizou uma cirurgia de emergência, supostamente seguindo instruções passadas pelo médico por telefone.

Cirurgia controversa e a tragédia anunciada
De acordo com Maria Francisco, mãe de Daniela, a cirurgia foi feita de forma improvisada e sem anestesia, uma alegação que os familiares descrevem como “uma execução à sangue frio”. As complicações obrigaram à transferência da paciente para a Maternidade Lucrécia Paim, mas Daniela não resistiu. Momentos depois, a família foi informada da sua morte e da perda do bebé.

Revolta e exigência de justiça
A morte de Daniela e do seu bebé gerou uma onda de indignação. Os familiares exigem justiça imediata e responsabilização criminal dos envolvidos. Maria Francisco, visivelmente abalada, pediu, em declarações à Rádio Luanda, que as autoridades tomem medidas severas para evitar que outros cidadãos passem pelo mesmo pesadelo.

Pronunciamento do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde já se manifestou sobre o caso, afirmando que constituiu uma comissão de inquérito para apurar os factos. A promessa é de uma investigação rigorosa que identifique e responsabilize os culpados.

Enquanto isso, cresce a pressão da sociedade civil para que clínicas e hospitais sejam submetidos a um escrutínio mais rigoroso, de modo a garantir que episódios de alegada negligência, como o que aconteceu com Daniela Zeferino, não voltem a ocorrer.

A tragédia deixa muitas perguntas sem resposta e um apelo crescente por justiça e reformas no sector da saúde em Angola.

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