CINTURÃO E ROTA: Projetos chineses mitigam efeitos da seca em Angola

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Sob o sol escaldante, as pessoas se reúnem nos pontos de abastecimento de água com baldes, chaleiras e bacias sobre as cabeças, aguardando a chegada dos caminhões-tanque. Nas áreas mais remotas, os moradores caminhavam durante a madrugada para buscar água em poços ou rios. Na Província de Cabinda, região enclave no norte de Angola, essa é uma memória comum entre muitos residentes locais.


   Fonte: Xinhua

Apesar de uma região tropical ter um clima úmido, os moradores ainda sofrem com a escassez de água devido à falta de infraestrutura adequada. A higiene, a segurança e a quantidade suficiente de água eram garantidas de forma precária, conforme explicado Wang Cheng’an, especialista sênior do Centro Chinês de Estudos dos Países de Língua Portuguesa da Universidade de Economia e Negócios Internacionais.

   Em junho do ano passado, foi concluído o Projeto de Abastecimento de Água de Cabinda, executado pela China Railway Construction Corporation, proporcionando o acesso à água encanada pela primeira vez para muitos moradores locais.

   Li Chongyang, diretor-geral da China Railway Construction Corporation (International) Limited, informou que o projeto pode fornecer diariamente 50 mil metros cúbicos de água e atender a 92% da população de Cabinda.

Além de Cabinda, a Província do Cunene, no sul de Angola, onde a estação seca pode durar até nove meses por ano, também se beneficia com a chegada de empresas chinesas.

   Augusto, um morador local, jamais esquecerá a seca de 2018, quando os campos foram rachados, o gado morreu em massa e muitas pessoas fugiram para países vizinhos.

   Em 2019, a construção dos Projetos Estruturantes para o Combate aos Efeitos da Seca no Cunene foram publicados pela Power Construction Corporation of China. Hoje, um canal de 150 milhas liga o Rio Cunene a várias comunidades locais, levando água limpa para estações de bombeamento, reservatórios e pontos de distribuição ao longo do percurso.

   Li Xunfeng, chefe-representante da Power Construction Corporation of China em Angola, informou que o projecto beneficiou 235 mil pessoas no Cunene, fornecendo água para pastagens locais com 250 mil cabeças de gado e permitindo a fiscalização de 5.000 hectares de terra.

   “Nós sofremos muito com essa seca”, disse o morador Mongela, mas agora as pessoas e os gados têm acesso à água, e a situação melhorou muito graças a esse canal.

 A parceria entre Angola e a China é de grande importância, afirmou a governadora da Província do Cunene, Gerdina Didalewa, destacando que as empresas chinesas que constroem projectos de abastecimento de água têm contribuições importantes para melhorar a qualidade de vida das pessoas e combater a pobreza.

   Para o ministro de Energia e Água de Angola, João Baptista Borges, o valor desses projectos de abastecimento de água para o povo angolano é incalculável.

   “Água é vida, e energia é desenvolvimento”, disse o ministro, sublinhando que os projectos construídos pelas empresas chinesas, desde Cabinda até ao Cunene, têm permitido aos angolanos um maior e melhor acesso a esses serviços, melhorando a sua qualidade de vida e criando melhores condições econômicas em todos os níveis.

   Desde que a China propôs a Iniciativa do Cinturão e Rota, há 10 anos, vários projetos chineses em Angola nas áreas de abastecimento de água, transporte hidroviário e energia hídrica foram concluídos.

   Na opinião de Wang Cheng’an, este é um exemplo vivo da cooperação entre a China e os países africanos na implementação da Iniciativa do Cinturão e Rota. “A escassez de água tem sido um grande obstáculo para o desenvolvimento econômico e social da África. As instalações de abastecimento de água construídas por empresas chinesas no continente oferecem aos países africanos um ‘plano chinês’ para explorar os recursos hídricos e aliviar a sede da população do continente.”

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