Casos de exploração infantil aumentam no Cuando Cubango

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A província do Cuando Cubano, na cidade de Menongue, registou mais de 80 casos de exploração de trabalho infantil, no período de Janeiro até este mês, segundo o Instituto Nacional da Criança (INAC), revelou a chefe da instituição na província.


Por Marina do Rosário

A prática tende a aumentar, pelo facto de muitos adultos incentivarem os menores a irem para as ruas e desenvolverem diversas actividades comerciais e mercados paralelos, situação que tem preocupado a instituição.

“A prática mostra que são os adultos a colocar as crianças na situação de venda ambulante, onde muitas, depois de algum tempo, criam mecanismos de defesa, porque aprendem como sobreviver neste ambiente”, disse, acrescentando que é muito difícil tirar as crianças da rua quando criam vícios.

O INAC na província, disse, tem registado, igualmente, um aumento dos casos de trabalho infantil. “Para travar o fenómeno, temos realizado palestras, no sentido de sensibilizar os pais e encarregados de educação sobre o perigo que os filhos correm quando são expostos à zunga”.

Muitas famílias, realçou, normalizam a situação de menores a venderem e a pedirem esmolas na rua, assim como a trabalharem como lavadores de carros nas margens dos rios Cambumbe, Kwebe e Luahuca, bem como, na lagoa do Tucuve.

A exploração do trabalho infantil, tem contribuido de forma negativa no desenvolvimento académico de muitas crianças,e acabam por se desviarem em caminhos errados.

“Actualmente, o INAC não tem o real controlo de quantas crianças estão a ser exploradas na província em actividades mercantis, mas vemos que o número cresce de forma assustadora a cada dia”.

No Cuando Cubango, afirmou, não existem crianças a viver na rua, mas sim crianças na rua. “Elas têm um tecto para dormir e vem para a rua à procura do que comer, uma vez que os pais não têm capacidade para os sustentar”, esclareceu.
O INAC, realçou, tem registadas 40 crianças a viverem no centro de acolhimento Mbembwa, que estão em conflito com a lei, desfavorecidas e abandonadas pelos progenitores.

“Combater os casos de violência, não depende apenas do INAC, mas de toda a sociedade e dos órgãos de Justiça, como a Procuradoria-Geral da República (PGR), Serviço de Investigação Criminal (SIC) e o Ministério da Acção Social”, referiu.

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