CASO CAFUNFO: quem vai assumir  a “possível” morte dos 25?

O Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwé, que luta pela autonomia das Lundas, afirma que a manifestação apesar de ser proibida pelas autoridades locais, foi pacífica e que ninguém estava armado e, acusa a polícia e as forças armadas de “actos bárbaros” por terem disparado contra cidadãos indefesos, que saíram às ruas este sábado, 30 de janeiro, na localidade de Cafunfo, município de Cuango, província da Lunda Norte.


Por Isidro Kangandjo

Sobre o número das mortes no leste do país, até aqui, continua uma incógnita quer para as autoridades angolanas assim como os manifestantes. Entre o número de oito mortos defendido pela Polícia Nacional de Angola e os 16 defendido por manifestantes. Uma fonte ligada a uma estação de rádio, confirmou ontem, 31, a morte de 20 manifestantes, 18 feridos e 08 desaparecidos. o factos Diários quer chegar perto da verdade e trazer o que aconteceu antes da consumação dos actos.

O governador provincial Félix Daniel, não autorizou a manifestação de 30 de janeiro, alegando a proibição de ajuntamentos de mais de 10 pessoas devido a pandemia da Covid-19 e a não “suposta” legalização deste Movimento.

Segundo Lungamana Tchimuni, responsável pela informação em Cafunfo do Movimento que luta pela autonomia das Lundas, “a ordem [de repressão] veio do governador provincial da Lunda Norte Ernesto Muangala…são 16 mortos, 19 feridos e alguns estão na mata e não sabemos se estão vivos ou não…os manifestantes não estavam armados, nem com catanas como alega a polícia”, disse. O Factos Diários, contactou o Governador Muangala negou tais acusações.

Três dias antes da manifestação, 27 de Janeiro do corrente ano, Jorge Kwenda Adão, membro do protectorado Lunda Tchowé, o MPLA no Cuango terá reunido com a polícia e elementos dos serviços para entre outras coisas estudar junto com a Policia o tipo de crime que será imputado aos Activistas do Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe que forem detido na manifestação do dia 30 de Janeiro e, segundo a nota, chegaram as seguintes conclusões: “preparar catanas e machados, rasgar Bandeira da Republica e arranjar notas de Kwanza falsas, com camisolas do Movimento em posse da Policia do Cuango que havia extraído em 2015, para aqueles que forem detidos serem acusados como provas do crime na manifestação”.

A fonte do Comité do MPLA no Cuango, disse que existe outros planos, que serão estudados nas próximas horas, e o SIC, foi orientado para trabalhar arduamente a paisana seguindo os Activistas do Protectorado até o dia 30 de Janeiro.

 

O anúncio da manifestação na Lunda Tchokwé, foi anunciada desde Novembro de 2020. A manifestação  de sábado teve como finalidade exigir diálogo do Governo Angolano sobre a Autonomia Lunda Tchokwé reivindicada há 15 anos (2006 – 2021).

Segundo a nossa fonte, os agentes dos serviços de inteligência terão supostamente efectuado caças às bruxas nas casas dos membros quando eram 04 horas da manhã e, como resposta, “os nossos companheiros queriam, a todo custo, resgata-los na esquadra”, confidenciou.

Segundo a Polícia Nacional, “os homens que tentaram tomar de assalto a esquadra e tirar a bandeira nacional presente no local foram receber feitiço para esquivarem as balas com objectivo de vencer as forças da ordem”.

ZECAMUTCHIMA E A POLÍCIA NACIONAL DEVEM SER RESPONSABILIZADOS

Quem pede a responsabilização criminal é jurista e advogado Paulo Andrade. Segundo o jurista, nenhuma manifestação deve ser convocada as 07 (de acordo o comunicado dos manifestantes ou 04 horas, segundo a versão da polícia nacional. “a Violação da lei faz com que o promotor da manifestação, o senhor José

José Mateus Zecamutchima

Zecamutchima, seja responsabilizado criminalmente, porque, se obedecesse a lei das manifestações, acredito que não aconteceria o incidente”, disse.

O jurista, pede também um inquérito independente para se apurar os factos e responsabilizar todos os efectivos que participaram na manifestação do sábado. “se os manifestantes carregassem revólveres, teríamos pelo menos dois ou mais efectivos da Polícia Nacional.

Quando eram 12:40 minutos, primeiro de Fevereiro, o Factos Diários recebeu do Inspector do Manifesto Jurídico e sociológico do Protectorado Lunda Tchowé, António Jaime Tchinhama, informações relacionadas com a morte de 25 elementos. “esta informação é oficial. Até ontem, tivemos o número de seis mortos e, nessa manhã, subiu para 25 mortos. As pessoas estão sendo caçados nas matas”, disse.

Em comunicado, a polícia afirmou esta madrugada que o número de mortos era de 4 e 7 feridos, alegando que os manifestantes com armas de fogo, paus e ferros, por volta das 4 horas da manhã tentaram atacar uma esquadra da polícia, para içar uma bandeira do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe e feriram dois polícias, num “um acto de rebelião armada, praticado por um grupo de aproximadamente 300 elementos, afectos ao movimento Protectorado Lunda Tchokwe”.

 

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