CASO CAFUNFO: Grupos parlamentares na oposição apresentam 23 mortos, dez feridos e vários desaparecidos

Grupos Parlamentares na Oposição dentre eles UNITA, CASA-CE e PRS, realizaram na tarde desta terça-feira, 09 de Fevereiro, uma conferência de imprensa numa das unidades hoteleiras de Luanda, para o posicionamento conjunta sobre os acontecimentos de Cafunfo no dia 30 de Janeiro, bem como a falta de solidariedade Institucional do Presidente da Assembleia Nacional.


Por Isidro Kangandjo

Benedito Daniel, presidente do PRS, fez saber que assimetria regional é uma realidade no leste do país, apesar de ser províncias produtoras de Diamantes, não existe escola secundária e, a escola superior funcionou apenas três anos no Cuango.

Segundo o presidente do PRS, General Remígio de espírito Santo, chefiou uma caravana de Forças Armadas Angolanas vindo nas principais zonas da   Lunda Sul, Lunda Norte e Moxico. “Os disparos foram feitos numa altura em que os manifestantes estavam a se concentrar. Os mortos foram atiradas nas valas e no rio Cuango, as mortes continuam e não sabemos o que realmente está a se passar”.

Romário Alfredo de 48 anos, natural de Cangula e o jovem de 24 anos com sobrenome de Zeca Mutchima, foram abatidos ontem, 08. “O clima em Cafunfo é de terror, muitas famílias não conseguem chegar às Vila porque temem pelas suas vidas, os familiares não estão a realizar óbitos porque o estado proibiu aglomerações e realizações de óbitos, inclusive os catequistas estão sendo intimidados realizar cerimónia fúnebres”, disse Benedito Daniel.

Os grupos parlamentares na oposição, apresentaram a morte de 23 morto, dez feridos e vários desaparecidos. “Não ouve nenhuma tentativa de assalto à esquadra, o executivo preparou de forma minuciosa este massacre”, rematou o político.

Alexandre Sebastião André, presidente do grupo parlamentar da CASA-CE, criticou o posicionamento do executivo e das forças de seguranças angolana na morte de vários manifestantes na vila de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda Norte numa altura em que os faz 19 anos de paz.

Sobre o impedimento dos deputados no apuramento dos dados naquela parcela de terra, por agentes da Polícia Nacional, Dr. Alexandre Sebastião André, disse à imprensa que de acordo com a lei, “não há autorização por parte do presidente da Assembleia Nacional quando se trata de uma situação de emergência”.

O parlamentarista, conta que o presidente da Assembleia Nacional  concede licença para férias bem como autorizar a deslocação dos deputados para o exterior do país, ouvido pelo presidente do grupo parlamentar na qual o deputado faz parte. “Para se deslocar no interior do país não existe nenhuma legislação que proíbe a sua deslocação”, informou.

ANGOLA ESTÁ DE LUTO

Já o presidente do Grupo Parlamentar da UNITA Dr. Liberty Chiyaka, começou por dizer que Angola está de luto pela morte de mais de duas dezenas de pessoas, para ele, Angola já não faz parte de um estado democrático e de direito porque “aqueles que deveriam proteger o povo, são os primeiros que tiram a vida. Em 1961 os angolanos pegaram nas armas para lutar pela sua dignidade, em 1975 assinaram acordo de alvor e, por falta de capacidade de diálogo e respeito pela diferença, o país conheceu uma guerra longa tendo dizimado muitas vidas”, recordou.

Dirigente do grupo parlamentar da UNITA, fez saber que não deve fazer prevalecer os interesses de grupo em detrimento o interesse nacional, “nenhum estado pode realizar a sua missão se não colocar a defesa de vida, respeito aos direitos humanos e a segurança do estado”.

Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA criticou o posicionamento do comandante da Polícia Nacional, Comissário Paulo de Almeida sobre a rejeição de dialogar com os manifestantes.

 

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