Casal de idosos brutalmente assassinado em Camacupa sob acusação de feitiçaria

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Na madrugada do último domingo, 17 de novembro de 2024, um crime bárbaro chocou a aldeia de Tchissipo, no município de Camacupa, província do Bié. Um casal de idosos foi brutalmente assassinado por sete indivíduos ainda por identificar, sob a acusação de feitiçaria. As vítimas foram João Camungo, de 87 anos, e Verônica Xica, de 46 anos.


Por Feliciano Jacinto

OS FACTOS


Segundo o Serviço de Investigação Criminal (SIC) no Bié, os agressores invadiram a residência do casal durante a noite, arrombando a porta e atacando-os violentamente com paus, machados e catanas. O ato hediondo teria sido motivado pela acusação de que as vítimas seriam responsáveis, através de supostos atos de feitiçaria, pela morte de um membro da família dos criminosos.

Após o ataque, os corpos das vítimas foram removidos do local e, após os exames cadavéricos, entregues à família para a realização das exéquias.


O SIC, em parceria com a Polícia Nacional (PNA), está a realizar diligências para identificar, localizar e deter os autores deste crime, com o objetivo de garantir que sejam responsabilizados criminalmente.

APELO À SOCIEDADE


O SIC reforçou o apelo à população para que se abstenha da prática de justiça privada, reiterando que a administração da justiça é competência exclusiva do Estado. O órgão também destacou a necessidade de um esforço conjunto entre famílias, instituições religiosas e a sociedade em geral no combate às crenças relacionadas ao feitiçismo, que têm alimentado episódios de violência em diversas regiões do país.

O impacto da crença no feitiçismo
Casos de violência motivados por acusações de feitiçaria continuam a ser um desafio em algumas comunidades angolanas. O envolvimento da sociedade no combate a essas crenças é fundamental para prevenir tragédias como a ocorrida em Camacupa. Autoridades e organizações sociais têm alertado para a necessidade de educação e sensibilização para combater o preconceito e promover a convivência pacífica.

Este crime reforça a urgência de medidas mais eficazes para proteger os mais vulneráveis e garantir a aplicação da lei contra qualquer forma de violência.

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