As burlas de Cláudio da Piedade Dias dos Santos
O filho do temível político Fernando da Piedade Dias dos Santos, Cláudio da Piedade Dias dos Santos é considerado como um ponta de lança de seu pai onde os créditos bancários e outros benefícios políticos destinado ao pai eram concentrados por ele como é o caso de concursos para a construção de obras assim como o crédito no antigo Banco Económico.
A pretensão do filho de Nandó em se tornar o Presidente da República de Angola é fruto do encerramento de vários benefícios que, na sua maioria foi adquirido de forma ilícita. A frustração pode ser um dos motivos de um jovem que se tornou empresário sem, no entanto empreender o esforço.
A primeira burla foi entre 2010 e 2013 quando a sua empresa Prebuild conseguiu o contrato para a construção de dos condomínios Quinta Rosa Linda e Dolce Vita. Neste período, a Prebuild subcontratou a Ramos Ferreira Engenharia, Lda onde foram assinados entre as duas empresas cinco contratos de subempreitada, no valor global de 26,6 milhões de dólares, para instalação eléctrica, telecomunicações e segurança, ar condicionado, climatização e ventilação em vários lotes dos dois empreendimentos.
Pelo que se sabe, do valor total do acordo foi disponibilizado cerca de 22 milhões de dólares e ficou a dever 4,6 milhões de dólares à Ramos Ferreira Engenharia, Lda. Em Maio de 2018 a empresa lesada intentou uma providência cautelar contra a Prebuild, Nessa acção, foi pedido o arresto dos apartamentos não arrendados do prédio 5-A, do Bloco 5, do condomínio Dolce Vita, bem como o direito ao arrendamento de todas as fracções desse mesmo prédio.
Em Julho de 2020, deu entrada uma acção declarativa de condenação contra a Prebuild, Cláudio Dias dos Santos e sua mulher Zélia Anira Nunes Salgueiro Dias dos Santos, onde se solicitava o pagamento do valor de 4,2 milhões de dólares. Até à data, e já decorreram dois anos, o Tribunal Provincial de Luanda não se pronunciou sobre a providência cautelar.
De acordo com o Maka Angola, em 2013, a Prebuild contraiu vários créditos junto do Banco Espírito Santo Angola (BESA), supostamente para aquisição de equipamentos para subempreitadas de construção, segundo dados deste portal, dois dos créditos, no valor de 61,4 milhões de dólares, são os que vencem este ano. Os outros dois somam um total de 36,6 milhões de dólares, com maturidades a vencer em 2035 e 2037, datas em que deverão ser pagos, sem contar com juros. Logo, só com estes créditos, Cláudio da Piedade Dias dos Santos levou mais de 98 milhões de dólares do BESA, de acordo com dados na posse do Maka Angola.
Em Dezembro de 2021, o empresário Cláudio da Piedade Dias dos Santos tinha a obrigação de pagar ao Banco Económico, composto por capital maioritariamente público, cerca de 113 milhões de dólares em dívidas o que não veio acontecer por causa de uma suposta influência de seu pai.
Sobre o sucesso no ramo empresarial, Cláudio deixou claro na segunda semana deste mês que “quando se é filho do Nandó, não se sabe onde começa a tua competência pessoal e onde começa a influência do teu pai nas tuas coisas. Desde pequeno aprendi a viver como um demérito para diminuir a dor da ausência do elogio sincero mas não esqueci-me de trabalhar para conquistar algumas coisas. Tenho 47 anos de idade e estou na gestão de empresas há 23 anos. Entendi que seria mais útil servir o País e aos angolanos gerindo empresas”, referiu.