ANGOLA: Mais de 15 mil jovens fazem “Kixiquila” para abandonar o país
Nem mesmo a pandemia faz recuar decisão tomada por mais de 15 mil jovens, que se organizaram em grupos com objectivo de deixar o país. A falta de emprego, custo de vida elevado e um país sem esperança, são apontados como os principais motivos da imigração.
Por Joaquim Paulo
Segundo uma fonte afecto aos mais de 15 mil jovens, contou ao Factos Diários que o primeiro contingente de jovens deixará o país ainda este ano, com destino a Europa, América e até mesmo a Ásia.
Quanto as condições financeiras, o grupo vai juntar o dinheiro, fazendo contribuições, para que até o último membro do grupo saia do país. “O grupo é composto por 18.819 membros. Se cada um de nós contribuir com um valor de 2.500kz, teremos aproximadamente 47.047.500 (quarenta e sete milhões e quarenta e sete mil e quinhentos kwanzas).
Neste valor, vamos alocar 8 milhões para o primeiro contingente, composto por cinco membros e, sem que ninguém fique de fora, os outros valores serão alocados aos demais, até que partirmos todos”, adiantou a fonte.
A fonte entende que Angola não dá esperança de vida aos jovens, pelo contrário, atrasa o progresso e mata os sonhos. Para que não vivam as consequências em que os pais passaram, garantem sair do país a todo custo. “Prefiro sofrer no estrangeiro do que no meu próprio país. Não importa as oportunidades que iremos de encontrar, o importante é abandonar o país que nos viu a nascer porque dói viver como escravo ou sem esperança na sua própria terra”, lamentou.
Desde o ano de 2020, muitos Angolanos entre eles jornalistas, engenheiros, docentes universitários e empreendedores, abandonam o país com as suas famílias e, na sua maioria foram em Canadá, Espanha e Turquia. Paulo de Andrade que que saiu de Angola em Janeiro para o Canadá, afirmou ao Factos Diários que o país não tem a esperança de vida para o seu povo.
O Factos Diários sabe que os “futuros imigrantes” estão distribuídos em várias províncias do país e que têm mantido encontros de acertos, já que o primeiro contingente partirá num futuro muito próximo.