Ana Margoso acusa líder da UNITA de perseguir militantes e de ser uma ameaça à democracia
A ex-militante da UNITA, Ana Margoso, acusou Adalberto Costa Júnior de perseguição aos militantes que pensam diferente e de se ter associado aos marimbondos. Em entrevista à Rádio MFM, a ex-militante do Partido do Galo Negro afirmou que a nova faceta dada a ver por Tchize dos Santos é demonstrativa da relação do líder da UNITA com àqueles que um dia criticou.
Por redação do Factos Diários
“Não posso concordar com isso. Como é que a UNITA de hoje tem uma relação muito próxima e o apoio daqueles que um dia criticou. A Tchize dos Santos, por exemplo, agora declarou apoio total ao ACJ. O líder da UNITA era das pessoas que mais criticava o regime de José Eduardo dos Santos”, disse, a deplorar, Ana Margoso, para em seguida assegurar que a UNITA está a ser usada.
“Há vários sectores da sociedade angolana que nunca estiveram ao lado da UNITA, mas hoje estão todos apoiados em Adalberto Costa Júnior, que está a ser usado através do seu partido. A UNITA é um partido tradicional, assim como é o MPLA, que tem o povo ao seu lado. Não é porque gostam da UNITA e querem que chegue ao poder. Se calhar não se sabe o que vai acontecer, quando chegar ao poder, e este é o perigo”, sublinhou.
Ana Margoso referiu, por outro lado, estar segura das suas afirmações, pois garante que recentes declarações escritas pelo presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiaka, na sua página no facebook, ajuda a confirmar aquilo que já dizia Jonas Savimbi.
“Há momentos da história que não vale a pena olhar para a cor da mão que nos salva”. Ana Margoso revelou, ainda, não haver democracia interna na UNITA e que ao contrário do que propala, Adalberto Costa Júnior é um mau exemplo, pois não proporciona a abertura aos militantes para que se façam ouvir.
“Existe um grupo de militantes insatisfeitos com ACJ e com a direcção da UNITA. Adalberto fala muito em democracia, mas não há democracia interna na UNITA”, asseverou, justificando que “existem militantes a serem expulsos e suspensos”, facto que, segundo Ana Margoso confirma não haver abertura para o diálogo e o debate interno.
“Tenho amigos lá dentro da UNITA e, inclusive, alguns tiveram de abandonar o país porque estão com medo, porque estavam a ser perseguidos. Ainda dizem que a direcção da UNITA está aberta a debater com os militantes, diria que é mentira. Muitas destas pessoas falam em perseguição. Assumo aquilo que estou aqui a falar”.