Albinos pedem ao estado velar pela saúde de pessoas em situação de albinismo

O Assistente Social Gonçalo Eduardo Teixeira, afirmou através do portal Factos Diários, sobre o estado das famílias com pessoas em situação de albinismo em tempos de Covid-19, onde informou os elevados custos dos aduaneis que têm protegido pessoas em situação do género em certas estações climáticas e, pede ao Estado velar por eles, pois nem todos albinos têm condições económicas para adquirir um produto que antes comprava-se por um valor reduzido para agora ter um custo cinco vezes mais do valor anterior.


Por Mateus Bazonga

Teixeira, que também é albino, intercede por todos angolanos em situação de albinismo, e pede ao Estado velar pela saúde de todos angolanos em situação do género.

“ Os produtos que para vocês é produto de luxo, para nós é útil por se tratar da primeira necessidade, para o bem da saúde das pessoas em situação de albinismo. Os sabonetes que nós comprávamos a um valor reduzido como dois mil kwanzas, hoje estão a comercializá-las por nove a dez mil kwanzas. Existem um conjunto de produtos terapêuticos, para vocês, se me permitam a expressão, o governo decidiu chamar de produtos de luxo, que para os albinos são produtos terapêuticos. Creio que foi em 2017 ou 2018 que o Governo decidiu elaborar uma nova pauta aduaneira, onde constava o seguinte: “quem for a comprar um conjunto de produtos lá fora, quando vier para cá, vão-lhe ser aplicas taxas aduaneiras superiores. E muitos desses produtos são aqueles que nós usamos para o tratamento da pele, para a questão de protector solar, que o governo decidiu colocar na pauta aduaneira como produtos de luxo”, disse.

No artigo 15º do primeiro decreto Presidencial 120/20 de 24 de Abril consta o seguinte: “O Estado protegerá no período de estado de emergência os vulneráveis particularmente, idosos, Crianças, e mulheres gestantes. Portanto, é isso que Estado assumiu durante o estado de emergência no referido período. Como é verificável, Gonçalo Eduardo Teixeira, entende que há uma exclusão das pessoas em situação de albinismo, que também fazem parte dos grupos vulneráveis em termos de saúde. Gonçalo Teixeira, acrescenta que as famílias em situação de albinismo, são famílias de um contexto como nosso, que também são afectadas pela pobreza.

“É importante dizer que, nas famílias com pessoas em situação de albinismo, a condição económica é mais exigente por uma questão tão simples, todas as pessoas em situação de albinismo, devem ter por questões de saúde, um acompanhamento permanente com dois especialistas: Dermatologista e Oftalmologista. Para ter acesso a esses serviços, eles devem estar disponíveis para as famílias queira elas têm poder financeiro ou não. Portanto, se elas não têm poder financeiro para isso, a situação económica dessas famílias se torna vulnerável assim como a saúde dessas também se torna vulnerável”, assegurou.

Para o Assistente Social, que luta pela justiça social, o estado deveria assegurar essas pessoas em situação de albinismo, para terem acesso a esses produtos por via da assistência social.

São muitos mitos criados em torno das pessoas em situação de albinismo, que o profissional decidiu chamar de mitos urbanos. Teixeira, considera-os falsos.

“Sobre a situação de pessoas em situação de albinismo, foram criadas em Angola o que eu chamo de mitos Urbanos. Exige que as famílias com pessoas em situação de albinismo, os preparem para enfrentarem a esses mitos, porque se não as prepararem psicologicamente, nós teremos na sociedade conflitos permanentes. Um deles é que se diz que os albinos não morrem só desaparecem. Eu ouvi isso várias vezes e, isso, não é realidade. Vocês se recordam que há 4 ou três meses atrás faleceu um deputado do MPLA que é uma pessoa albina. Um outro mito urbano que se criou tem haver com o seguinte: quando está a dormir com um albino e se pretenderes ir à casa de banho tens que o avisar primeiro senão o encontras lá na casa de banho. Por último foi também criado este mito Se queres ter uma criança albina, se envolva com uma ou um albino”. Alertou.

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