Agenda de emergência de JLO e o desejo dos mais pobres
OPINIÃO
ISIDRO KANGANDJO/ Jornalista e CEO do Factos Diários
Mais vez, através da liberdade de opinião que a Constituição da República de Angola me concede, enquanto jornalista, notei que a periferia continua a preservar o lado mais desumano que um país não gostaria de ter olhando pelos anos de paz que Angola vive.
Neste último mandato de JLO e talvez do MPLA também, os cinco anos de governação, 2022-2027, deve servir como desafiador para recuperar a imagem desgastada e dar confiança áqueles que, apesar de tudo os votaram.
O país não se faz apenas com infraestruturas, construindo hospitais sem medicamentos e sem recursos humanos, ter escolas sem professores ou sem alunos por causa de distância. Para agora, os cinco anos de governação deve se pensar na pessoa humana, criar políticas de créditos para que os privados tenham capacidade de empreender e empregar sem olhar no rosto ou em crença política ou religiosa.
O combate à corrupção, a impunidade e trazer um estado igualitário através de oportunidades iguais, deve servir, também, como uma bandeira a ser levantada por toda equipa que será criada depois da tomada de posse do dia 15 deste mês.
O desejo dos mais pobres que vivem nas zonas periféricas, precisam apenas de um pão e do direito de sonhar, a certeza de que o dia de amanhã será próspero, para isso, é preciso que cada um tenha um posto de emprego segundo a sua experiência. Nós, angolanos, nunca pedimos o mundo. Sempre pedimos respeito aos direitos humanos, trabalho, saúde e educação. A realização destes objetivos dependerá da vontade de quem irá nos governar nos próximos cinco anos.
JLO e a sua equipa precisam compreender que, quem tem trinta anos, em 2027 terá 35 anos e quem tem 18 hoje em 2027 terá 23 anos. Com este exemplo, gostava de dizer que o sucesso ou o insucesso deste grupo de pessoas dependerá muito da oportunidade que o governo vai criar embora que os cidadãos devem ser, também, criativos.
Em Luanda o governo local luta com a expansão de água, luz e via de acesso. Se a capital ainda tem este problema, claro que o Leste do país ainda não pode sonhar, mas se haver essa vontade de fazer o impossível, a pátria estaria grata. As necessidades básicas não devem servir como preocupação, precisamos que o Presidente da República e os deputados venham, nos próximos cinco anos se tratar nos hospitais públicos, é preciso se criar políticas de proximidade porque, a meu ver, existe ainda governadores e administradores mais difíceis de manter o contacto.
INVASÃO DE TERRENOS POR INTERMÉDIO DE COMANDANTES DA POLÍCIA E FAA
O outro desafio tem que ver com as forças da ordem e segurança que lutam e matam camponeses por causa de terrenos. Uma vez que o Comando Geral da PNA e o ministério da Defesa Nacional estão incapacitados para pôr ordem, é preciso o Comandante em Chefe responsabilizar estes efectivos que desgraçam a vida de muitos cidadãos. O caso concreto é o processo da Konda Marta que Joaquim de Rosário, Comandante do Talatona está arrolado.
PROMETEU, CUMPRIU
O tempo de prometer os céus e projectos de longo prazo, espero não ser o tumor deste governo saído nas eleições de 24 de agosto. João Manuel Gonçalves Lourenço tem uma governação de emergência para provar ao mundo e aos angolanos de forma particular a sua vontade de revolucionar a capital do país.
Esperamos que o povo sofredor volte a sonhar e que Angola seja uma referência em África, aliás, temos tudo para sorrirmos, para isso, os nossos governantes devem ser acima de tudo humanos e com um coração de carne e temente a Deus.