Activista acusa governo angolano de “Cumplicidade” com fraude eleitoral em Moçambique

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O activista angolano Mbanza Hanza acusou, na quarta-feira, o Governo de Angola de ser “cúmplice” da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e da alegada “fraude” nas eleições moçambicanas, prometendo manter acções de apoio e solidariedade às manifestações que exigem a reposição da “verdade eleitoral” naquele país.


POR REDAÇÃO DO FACTOS DIÁRIOS

“As nossas acções vão continuar até que a verdade e a justiça expressa nas urnas sejam respeitadas.

Em Angola, fomos dos poucos a cumprir os sete dias de protestos decretados em Moçambique”, afirmou Hanza, que foi recentemente detido com outros três activistas durante um protesto frente à Embaixada de Moçambique em Luanda.

O activista salientou que as actividades de apoio, incluindo encontros e reflexões em Angola, têm sido impulsionadas pela perceção de apoio do governo angolano à Frelimo, especialmente após o reconhecimento da “vitória fraudulenta” de Daniel Chapo nas eleições presidenciais de Moçambique por parte do Presidente João Lourenço.

Segundo Mbanza Hanza, o apoio do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) de Angola ao seu equivalente moçambicano estaria a incluir acções dirigidas à captura de Venâncio Mondlane, líder dos protestos.

“Os regimes ditatoriais protegem-se mutuamente”, declarou, defendendo que Angola apoia a Frelimo numa posição que ele descreve como “do lado da injustiça.”

Além disso, Hanza criticou a atuação policial em Angola, que deteve manifestantes em apoio aos protestos moçambicanos, enfatizando que Angola foi o único país onde tal manifestação resultou em detenções.

Desde 21 de Outubro, Moçambique tem registado paralisações e protestos liderados por Venâncio Mondlane, que contesta a vitória da Frelimo, atribuída pela Comissão Nacional de Eleições.

As manifestações, muitas vezes violentas, têm resultado em mortos, feridos e danos em infra-estruturas, especialmente no dia 7 de Novembro.

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