Activismo ou oportunismo? A controvérsia dos activistas comprados em Angola

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A recente inclusão de nomes de activistas nas listas de deputados nas últimas eleições gerais levanta questões sobre a integridade e os verdadeiros objectivos do seu engajamento.


Por Joaquim Paulo


O cenário do activismo social e de direitos humanos em Angola tem sido marcado por uma crescente controvérsia. Muitos activistas, outrora aclamados por sua luta incansável nas ruas e nas redes sociais, agora se veem sob a sombra da desconfiança.


Nos últimos meses, relatos preocupantes emergiram, sugerindo que diversos activistas estão sendo cooptados pelo sistema em troca de favores e benefícios financeiros. Um dos episódios mais comentados foi o encontro de um grupo de activistas com o Diretor do Gabinete de Acção Psicológica do Presidente da República, Noberto Garcia, onde foram apelidados como ‘ativistas da rama’ após serem vistos num almoço juntos. Este encontro gerou uma onda de críticas e levantou suspeitas sobre a independência desses activistas.


Além disso, há informações de existir ofertas de apartamentos que estão a ser oferecidos a alguns activistas em troca de silêncio. Essas práticas minam a confiança pública e colocam em xeque a credibilidade daqueles que, teoricamente, deveriam estar lutando contra as injustiças e a corrupção.


Por outra, aventa-se existir um grupo de supostos activistas que ´endeusar´ os líderes dos partidos políticos, sobretudo os da oposição, com o objectivo único de lhes ser ofertados bolsas de estudos ou patrocínios de estudos fora do país.


Apesar dessas dificuldades, muitos activistas continuam firmes em seus propósitos, recusando-se a serem silenciados ou corrompidos. Eles permanecem como faróis de esperança para muitos angolanos, inspirando uma nova geração a se engajar na luta por um futuro melhor. A resiliência desses indivíduos demonstra que, mesmo diante de adversidades, a busca pela justiça e pela verdade não pode ser facilmente apagada.

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