Fome mata 16 pessoas no bairro Ecos da Paz no Município de Cacuaco em Luanda

A revelação é do ancião e Conselheiro do bairro Ecos da Paz, localizado no distrito Urbano do Sequele, Município de Cacuaco em Luanda, capital de Angola. Raimundo Victor Sikato, disse hoje, 18, ao Factos Diários de que, desde Fevereiro até Agosto de 2020, 16 pessoas perderam a vida por falta de alimentação e o último caso aconteceu este mês aonde a vítima foi uma senhora de 36 anos de idade identificada pelo nome de Domingas Pedro.

Por Isidro Kangandjo

A fome é uma realidade naquele bairro onde mora mais sete mil habitantes, todos com o índice de pobreza elevado. Dos 16 mortos pela fome, 14 são crianças. A nossa equipa de reportagem conversou com cinco famílias que na sua maioria estão há dois dias sem comer.

A senhora Luísa Vaqueia, de cinquenta e seis anos de idade, está doente há uma semana, porém, não consegue se deslocar ao hospital por falta de dinheiro e, infelizmente, também não come há dias, uma situação que deixou-nos preocupado.

“A fome é uma realidade aqui no bairro Ecos da Paz, precisamos ajuda do governo e das associações se não vamos todos morrer”, disse a senhora Fernanda. O bairro Ecos da Paz, existe desde 2015, até aqui, apenas 10 por cento da população conseguiu de erguer uma casa de blocos e os restantes vivem na casa de chapa sem luz, sem água, sem saúde, sem educação e o pior de tudo, não há comida para pôr a mesa.

Naquele bairro, as pessoas estão ficando desnutridas por falta de alimentação. outra situação que marcou a nossa equipa de reportagem, é relacionada com um pai de 60 anos de idade que é sustentado pela filha de 14 anos. 

TRUMP DE CACUACO MANDA RECUAR TRÊS MIL CESTAS BÁSICAS DESTINADAS À ESSA POPULAÇÃO

Estava prevista a semana passada, sábado, 15 de Agosto de 2020, a entrega de três mil cestas básicas vindo do secretariado Provincial da Cruz Vermelha de Angola. A equipa já estava preparada e a população ficou aglomerada a espera do bem precioso, mas no final, receberam uma ordem que obrigou os camiões regressam de imediato.

De acordo com os responsáveis do bairro, revelaram ao Portal Factos Diários de que Administrador de Cacuaco, Auxílio Jacob, ordenou o regresso da alimentação, porque, segundo contam, os moradores fazem parte supostamente de uma força política da oposição.

Entretanto, Auxílio Jacob realçou que os fundamentos apresentados pelos promotores da actividade não foram esclarecedores para a administração que, de imediato, recusou a realização do acto.
“Os documentos não estavam compatíveis com aquilo que era a verdadeira intenção manifestada na carta das comissões de moradores. Por isso rejeitei a realização do acto”, afirmou Auxílio Jacob ao Novo Jornal.

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