Bento Kangamba o poderoso chefinho e símbolo da justiça selectiva angolana
Bento dos Santos Kangamba, político do MPLA e Secretário para organização e mobilização periférica e urbana do Comité Provincial de Luanda desde 2009, é um dos esclarecedores sobre acumulação de capitais, influência política e símbolo da justiça selectiva angolana.
Por Isidro Kangandjo
O também conhecido como Abramovich Angolano, nasceu em 1965 na província do Moxico, nos anos 80 foi em Cuba onde ficou durante dois fazendo a formação em contabilidade. A arte de roubo por parte do agora General, começa em 1985 quando foi nomeado ao cargo de logístico e fez outra carreira que o fez chegar a brigadeiro.
Apesar de estar na reforma, Bento Kangamba é promovido a general de três estrelas uns anos depois, em Abril de 2012. Durante este período, Abramovich Angolano criou um grupo empresarial, o Grupo Kabuscorp, com interesse de explorar diamantes, imobiliário e noutros sectores económicos. Por causa do ambiente político, os partidos na oposição, com maior realce a UNITA, reclamou a postura da sua promoção a general de três estrelas.
Com a ideia de estar próximo da família real e se tornar filho do poder angolano, Bento Kangamba não poupou a estratégia e decidiu assim se casar com Avelina dos Santos a filha do irmão do então Presidente da República José Eduardo dos Santos. Na altura, Avelina dos Santos exercia função de Directora-adjunta do Gabinete do Presidente JES.
Para agradar o sogro, Kangamba terá comprado um apartamento de luxo por dois milhões de Euros na Urbanização do Jardim do Cristo Rei, para si, compra um apartamento de 12 milhões de euros em Madrid, no Condomínio de La Finca.
O primeiro escândalo de roubo de Bento Kangamba
Enquanto responsável da logística do exército, Bento Kangamba em 1996 terá vendendo, em benefício próprio, cinco contentores com óleo alimentar, atum, sardinha, frigoríficos, mobiliário, equipamento desportivo e outras mercadorias enviado pelo empresário de origem português Manuel Lapas Correia gerente da Filopor.
Pressionado para pagar a dívida, Kangamba teria falsificado documentos da Direção Logística do Estado-Maior, de forma a obrigar o Exército Angolano a cobrir a diferença e foi condenado por burla, falsificação de documentos e conduta indecorosa através do acórdão do Tribunal Supremo Militar 2/98 de 27/10/2000 e essa conduta ter-lhe causado a expulsão imediata do Comité Central do MPLA.
Segundo escândalo de roubo de Bento Kangamba
No dia 19 de Junho de 2002, o empresário da juventude em Angola, é condenado quatro anos de prisão outra vez por burla, tendo como alvo duas empresas tais como Nutritiva e a Lokali. No dia 07 de Maio de 2012, o Tribunal de Sintra, em Portugal, decretou arrestos de Kangamba para garantir a indemnização da Filopor tendo recebidos apartamentos, duas viaturas top de gama, seis contas no BPC e BES.
Kangamba no esquema de lavagem de dinheiro e branqueamento de capitais
A justiça angolana sempre encarou de ânimo leve as acusações que pesam sobre Bento Kangamba. No dia 14 de Junho de 2013, o político do MPLA os homens de Kangamba foram apanhados com duas viaturas, num deles foram encontrados dois milhões de euros em quarenta sacos de cinquenta mil casa, num outro encontrados mais de 910 mil euros.
Neste processo, oito homens ficaram detidos, entre estes cinco angolanos, Cabo-verdianos e portugueses todos ao serviço do empresário Bento Kangamba. Questionados pelas autoridades francesas no dia 10 de Julho de 2013, alegaram que os valores tinham como o destino a casa de jogo por orientação de Kangamba.
Para se livrar do crime de branqueamento de capitais e associação criminosa, Bento Kangamba foi obrigado sair da França com o passaporte diplomático e arriscou negar ser proprietário dos valores milionários para escapar da cadeia. Em Setembro de 2021, o Factos Diários foi informado que Kangamba está traçar estratégias para recuperar o valor milionário por causa das contas que tem por liquidar.
Bento Kangamba e os negócios das prostitutas brasileiras
Em Outubro de 2013, a justiça Brasileira emite um mandado de captura em nome do General Kangamba acusado de ser responsável por uma rede de tráficos de mulheres brasileiras para se prostituírem em Portugal, Angola e outros países e esta actividade teria produzido um lucro de 45 milhões de euros desde 2007, por essa razão, foram emitidos 16 ordens de prisão.
Infelizmente, mais uma vez a Interpol angolana ficou no silêncio e Kangamba, como de sempre, voltou a negar as acusações de acordo a peça da ANGOP de Outubro de 2013 tendo justificado que a intenção de citar o seu nome “visa atingir e caluniar outras personalidades”, a verdade é que Bento Kangamba faz 09 anos que não pisa na terra da samba com o medo de ser preso.
CASO RECENTE DE KANGAMBA E O SILÊNCIO DAS AUTORIDADES ANGOLANAS
Bento Kangamba, é o exemplo vivo de um homem que se enriqueceu e se livrou dos crimes internacionais através da política. Apesar de várias denúncias que pesam sobre o político, desde que conseguiu a vaga na família real, se tornou intocável no ponto de vista político e judicial numa altura em que muitos que lapidaram o erário estão a conta com a justiça.
RESPOSTA DE KANGAMBA SOBRE O CASO DE PORTUGAL E BRASIL
Fontes
Uma genlitiza de José Pires, antigo consultor da empresa Filapor
O livro “os donos Angolano de Portugal”. O livro “os predadores” de Pepetela, portais oficiais de Portugal, Brasil e França.