Corrupção no Hospital Prisão S. Paulo deixa Juiz e Director sem autoridade
Francisco Yoba Capita, responsável da empresa de segurança denominada “Grupo Delta Angola” que protegia empresas de referências do país e que cuidava igualmente dos contentores dos dinheiros desviados na UGP, encontra-se detido há mais de um ano no Hospital Prisão do São Paulo por crime de burla por defraudação e outros por se apurar. Segundo os funcionários, Yoba se tornou o poderoso chefinho por ter supostamente colocado na rede um juiz e Director da Prisão S. Paulo.
Por Isidro Kangandjo
Durante esta sua estadia naquela unidade penitenciário, a nossa fonte avança que o empresário que por sinal é casado com uma juíza, está a transformar o Hospital Prisão São Paulo um espaço de desordem e intrigas onde os mais fracos tais como os oficiais são as principais vítimas para os seus chefes continuam a efectuar a manutenção dos supostos acordos. O “chefinho” que aguarda a sua condenação, a fonte avança que tem o Magistrado do Ministério Público Junto da Direção Geral do Serviço Penitenciário, Juiz Desidério Novato Cabral Ndala Mpengo e antigo Director do HPSP José Januário como o seu testa de ferro.
Assuntos recentes no Hospital S. Paulo
Uma fonte oficial do Hospital Prisão São Paulo, fez saber ao Factos Diários que no dia 19 de Outubro de 2020, por volta das 16 horas, os agentes da unidade penitenciara, efectuaram uma vistoria na caserna do arguido Francisco Yoba Capita onde encontraram objectos proibidos tais três telefones da última geração, três garrafas de whisky, dois multicaixas, sete mil kwanzas e alguns documentos.
Numa declaração que o arguido preso efectuou junto das autoridades interna, terá apresentado funcionários que facilitaram este processo e teceu várias acusações ao Director Ajunto de ter o exigido a entrega de 400 mil kwanzas e, mais tarde, lhe foi solicitado os 300 mil kwanzas, valores estes que o arguido preso negou disponibilizar por falta de capacidade financeira.
O Factos Diários, contactou por via telefone o Intendente Prisional Manuel Iculo Hoji, Subdirector do Hospital Prisão de São Paulo que se encontra em termo de identidade e residência desde o dia 11 de Maio de 2021 e, este afirmou que as acusações vindo do arguido Francisco Yoba Capita não corresponde com a verdade e os argumentos visam afasta-lo por se tratar de um prego no sapato de muitas individualidades que têm compromisso com o senhor Yoba.
“Quem tem acordo não ordena revistas surpresas porque quem encontrou os meios na caserna foi a minha equipa, fomos nós que escrevemos o relatório e reencaminhamos. É impossível eu fazer isto e desafio o senhor Yoba apresentar um comprovativo da transferência ou depósito desses valores. Ele vai me entregar esse todo dinheiro em troca de que? Gostaria que o conselho de Magistratura quer o nosso departamento nacional pudessem me chamar para esclarecer esse assunto”, desafiou.
A detenção de Manuel Iculo Hoji, aconteceu quando recebeu o telefonema do Director Geral dos Serviços Prisionais, Comissário Prisional Principal Bernardo do Amaral Gourgel, tendo recebido a orientação de ir ao encontro do Procurador da República junto do serviço penitenciário de Luanda Desidério Novato Cabral Ndala Muengo no dia 15 de Dezembro de 2020, posto lá, lhe foi entregue um Mandado de Detenção e conduzido imediatamente numa cela.
A prisão imediata sem um aviso prévio, o quadro dos serviços prisionais suspeita que um dos dois terá sofrido pressão da parte do prisioneiro e considera ilegal a sua detenção. Paulo da Costa, contou ao Factos Diários que o Procurador em causa goza de uma boa simpatia por ser colega de profissão com a esposa do senhor Yoba, a Magistrada do Ministério do Ministério Público Claúdia Monteiro de Araújo. Segundo os denunciantes, o documento enviado pelos advogados do arguido, foi um acordo para que o mesmo não seja penalizado com mais três ou seis meses de prisão conforme a lei.
Outros dados que tivemos acesso, aponta um acto de aliciamento onde o Procurador da República junto do serviço penitenciário de Luanda Desidério Novato Cabral Ndala Muengo e o Director suspenso José Januário, são acusados de ter recebido valores do recluso Francisco Yoba Capita em troca de liberdade, ou seja, aguardar que o mesmo não seja julgado e condenado pelos crimes que supostamente terá cometido. O Factos Diários sabe igualmente que os dois acima citados são amigos e o senhor José Januário terá alcançado a função de Director por possível influência do Procurador Desidério Novato Ndala Muengo.
De acordo com os funcionários que falaram no anonimato por medo de represália, afirmam que o serviço penitenciário perdeu autoridade por causa da dívida moral e financeira que actual gestão tem desde a chegada do senhor Yoba, o famoso “poderoso chefinho”. “Actualmente, apenas a palavra do senhor Francisco Yobas é válida. Todos os oficias que fizeram a vistoria no dia 19 de Outubro na caserna de Francisco Yobas e encontraram muitos objectos expressamente proibidos, ficaram todos presos. Este sistema é antigo, muitos funcionários são mandados para a cadeia só para pagarem calção e se apoderarem dos salários”, avançou a fonte.
Práticas ilícitas afasta José Januário na função de Director do Hospital PSP
Informações que chegaram até a nós, apontam que o José Januário nomeado por despacho 3086 Gab/MINENT/2020 de 08 de Abril ao cargo de Director do Hospital Prisão São Paulo, foi recentemente exonerado por suposta prática de corrupção onde o arguido e responsável da empresa de Grupo Delta Angola aparece como o principal promotor com os objectivos já acima referido.
Segundo a fonte, José Januário terá criado um staff formado por Jeraldino Miguel, Alexandre Neto e o Procurador da República junto do serviço penitenciário de Luanda com intuito de efectuar operações e, em troca, alguns receberam residências e várias transferências bancárias.
MENEZES CASSOMA HUMILHA JORNALISTA DO FACTOS DIÁRIOS
Na tentativa de ouvir o contraditório, a nossa equipa de reportagem, manteve o primeiro contacto no dia 10 de deste mês com o Porta-voz dos Serviços Prisionais Menezes Cassoma no sentido de fornecer os contactos das pessoas visadas e ouvir o contraditório das acusações que pesam sobre os seus colegas. neste dia, aquele Porta-voz prometeu entrar em contacto connosco e não voltou a ligar no final da tarde. No dia 11 ligamos as 08:51, 09:40 e 18:00 infelizmente não atendeu as chamadas. Esta segunda-feira, 14, voltamos a ligar para o mesmo as 08 horas, prometeu retomar dentro de uma hora, infelizmente não aconteceu.