Conduta de JLO em relação a JES censurada por estadistas africanos
A conduta seguida por Presidente da República de Angola João Lourenço em relação ao seu antecessor no cargo, José Eduardo dos Santos, tem sido reprovada por parte de outros chefes de Estados Africanos.
Por Redação do Factos Diários
Segundo o África Monitor, Serviço de informação estratégica sobre assuntos africanos (acesso restrito), o vídeo apresentando JES, envelhecido e de aparência considerada “pouco cuidada” (de ténis), a submeter-se a procedimentos de segurança correntemente aplicados a passageiros comuns no aeroporto do Dubai, contribuiu para avolumar ainda mais as objecções à conduta de JLO para com o seu antecessor.
Em desabono de JLO, adianta a fonte, é também invocado o argumento de que o seu comportamento em relação a JES contrasta com o “respeito pessoal e institucional” cultivado por outros chefes de Estado africanos na sua ligação a antecessores que substituíram em situações de ruptura ou com os quais se viriam a afastar.
Apontados os casos de Filipe Nyusi – Armando Guebuza, Emerson – Mnangagwa e Cyril Ramaphosa – Jacob Zuma – todos na África Austral.
É alegado que nenhum dos ex-presidentes abandonou o seu país para viver no estrangeiro, nem as desinteligências/atritos com os seus sucessores tiveram projecção pública.
Denis Sassou Nguessou da República do Congo é apontado como um dos chefes de Estado mais inconformados com a “má sorte” de JES.
A presença de JLO na cerimónia oficial de investidura de Ngessou para um novo mandato, foi vista como um gesto de boa vontade aparentemente calculado com o fim de melhorar as relações bilaterais.
Muhammadu Buhari, da Nigéria, e Sissoco Embaló, da Guiné-Bissau, são outros chefes de Estado africanos identificados como “desapontados” com a situação em que se encontra JES.
Também ao líder da Guiné Equatorial, Obiang Nguema, são conhecidas apreciações negativas em relação ao tratamento dado por JLO ao seu antecessor e a traços do seu carácter (deslealdade, perfídia) evidenciados por tais atitudes.
Nguema manteve uma relação estreita com JES, com quem partilhava o estatuto de líder africano há mais tempo no podern, enquantoPR, JES granjeou generalizado prestígio entre os seus pares africanos – realidade empolada pela importância estratégica então associada a Angola.
As reações de desagrado que a sua actual situação vem merecendo entre chefes de Estado africanos, também são consideradas decorrência de sentimentos de incomodidade alimentados pela ideia de se estar perante um precedente que os pode vir a atingir.
Para a apreciação negativa de JL a nível regional contribui também a crescente percepção de que a justificação apresentada inicialmente para a hostilização da família do PR – a necessidade de combater a corrupção – foi, na realidade, instrumental no sentido de afastar algumas das personalidades do meio empresarial e político em que o ex-PR planeava apoiar-se para continuar a exercer influência.
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