Escravatura na Induve tem apadrinhamento da Inspeção Geral de Trabalho? Trabalhadores fazem horas extras em troca de dois pães
Os gestores das empresas que compõe a Induve, liderado pelos Indianos, Libaneses e Turcos, são acusados de aplicar o modelo de escravatura laboral para maltratar vários jovens que, por falta de opções de emprego são obrigados a trabalhar três horas a mais e com feições desumanas.
REDAÇÃO DO FACTOS DIÁRIOS
O Factos Diários manteve um diálogo aberto com vários funcionários e as maiores lamentações vieram dos eventuais que tem a hora de entrada mas sem, no entanto, saber a hora de sair. A reivindicação leve o funcionário na expulsão automática.
“Nós os efectivos temos a reclamar o salário, falta de respeito pelos estrangeiros e alimentação que nem servem para dar para um cão que faz parte do nosso agregado. São alimentos que deveriam ser preparados e levar directamente no lixo”, disse um dos efetivos da empresa.
Os eventuais, são os mais escravizados ao entrarem as 08 horas e saem 18 horas, com o direito a 2500 e horas extras de dois pães.No caso do Trigo, os eventuais são forçados a encher 7 camiões de trigo, cada um carrega entre 700 a 800 sacos.
No caso da fábrica de fuba, carregam todos os dias 4 sacos, sem direito ao almoço e, na eventualidade o trabalho não terminar a hora habitual (18 horas), estes recebem horas extras de quinhentos Kwanzas. “Aqui só se sai quando o trabalho termina e só não nos batem com chicotes porque não querem. Sofremos muito nesta empresa”.
Os efectivos afirmam que têm recebido visitas da Inspeção Geral de Trabalho e outras instituições ligadas ao trabalho, porém entram sérios e regressam a sorrir, sem ouvir os funcionários que precisam de botas e uniformes que dizem existir mas usam apenas quando há visita anunciada.