Crise de água em Luanda: Deficiência de 1,2 milhões de metros cúbicos diários ameaça ppulação

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A província de Luanda enfrenta um alarmante défice diário de água, com a atual produção a satisfazer apenas metade das necessidades dos seus 10 milhões de habitantes.


Por Feliciano Jacinto

Luanda vive uma crise hídrica crítica, com um défice de 1,2 milhões de metros cúbicos de água por dia, o que representa o dobro da produção actual, segundo Adão da Silva, presidente da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL).

Com uma capacidade instalada de 760.000 metros cúbicos, a EPAL produz apenas 633.851 metros cúbicos diariamente, uma quantidade claramente insuficiente para atender à demanda crescente da população.

Após uma visita do ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, e do governador de Luanda, Manuel Homem, aos projectos estruturais do sector, Adão da Silva confirmou a gravidade da situação. “Estamos com um défice do dobro e a nossa produção atual não é suficiente para a população”, alertou.

A esperança, porém, reside em dois projectos em construção: o Quilonga Grande, no município Icolo e Bengo, e o Bita, em Belas, ambos previstos para iniciar operações em março de 2026.

Juntos, estes projetos deverão aumentar a capacidade diária de abastecimento para 776.600 metros cúbicos, aliviando parte da pressão sobre a população.

Enquanto isso, os residentes das áreas periféricas de Luanda enfrentam dificuldades diárias para obter água potável.

Muitos percorrem longas distâncias com recipientes à procura do líquido precioso, enquanto outros, com melhores recursos, dependem de cisternas.

O projecto Quilonga Grande, localizado na margem do Rio Kwanza, pretende fornecer água a cerca de cinco milhões de habitantes nos municípios de Icolo e Bengo, Cacuaco e Viana.

Por outro lado, o Bita, com um sistema integrado de captação e distribuição, deve atender aproximadamente 3,8 milhões de pessoas.

Adão da Silva também mencionou a elevada dívida dos munícipes, que chega a 130 mil milhões de kwanzas.

Para contornar essa situação, a EPAL está a implementar uma campanha de sensibilização para encorajar o pagamento das dívidas.

O governador Manuel Homem expressou otimismo em relação aos projetos em curso, afirmando que a expansão da oferta de água é a chave para mitigar a escassez.

“Acreditamos que as iniciativas que estamos a acompanhar hoje vão dar uma resposta significativa a este problema”, concluiu.

Enquanto a população aguarda por soluções efetivas, a luta por água potável continua a ser um dos maiores desafios de Luanda.

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