OPINIÃO

Firmino João Moreira


O MPLA, partido no poder em Angola, parece ser aquela dama do bairro que, pela sua beleza, sobriedade, tolerância e empatia – qual Saki da obra de Wanhenga Xitu! -, alimenta a roda de conversas de adolescentes ávidos de provarem não só a sua capacidade de galanteadores, mas também a sua brutalidade, o seu egocentrismo e as suas ambições macabras.

Ainda sobre o caso do Cláudio Dias dos Santos, cuja única referência relevante para o partido é o facto de ser filho de um antigo e destacado dirigente do país, é um desses adolescentes que se tem agigantado no infantário achando-se detentor de capacidades invulgares para ser o Presidente de Angola. Como cidadão, tem a legitimidade de sonhar e dar asas até às paranóias mais absurdas, mas parece injusto que o MPLA seja utilizado por qualquer pirralho ou melquetrefe que tenha tido uma noite mal dormida.No caso, temos um empresário forjado através de um rasto de burlas, tráfico de influências e abuso de poder.

Aliás, com raras excepções, o comportamento dos filhos de Fernando Dias dos Santos sempre foram o reflexo de uma educação de “deixa-andar”, de incompetência de gestão familiar e de uma verdadeira dupla personalidade do tutor.Se o MPLA tiver de se queixar de dirigente cujos filhos contribuíram para a sua má reputação, pelo menos dois filhos do destemido comandante da Polícia em Angola estarão no top 5.

Como se não bastasse, querendo comer o osso até ao tutano, é precisamente um dos dois mais tenebrosos rebentos da Família Nandó que manifesta pretensão de concorrer para o cadeirão máximo do país, através do partido que ele e os seus irmãos mais prejudicaram.

Ao nível do partido não se reconhece a mínima contribuição positiva deste play-boy, nem muito menos uma aparição em actos de massas.Contudo, se as maluquices públicas dos filhos de Nandó são amplamente conhecidas – desde roubos de terrenos, passando por burlas até a violências de rua, o que hoje se questiona é a seriedade do próprio progenitor, que nunca se demarcou publicamente das façanhas dos seus herdeiros.Parece fazerem sentido as cogitações segundo as quais o pai, o nosso destemido Comandante Nandó, sempre terá estado por detrás das accões macabras dos filhos.

E desta vez não foi diferente, de tal sorte que agora temos tido notícias de que o Primo então SG Dino Matross, decidiu assumir e engendrar uma eventual candidatura de Nandó, mobilizando militantes a surdina para estes objectivo.

Enfim, ninguém, no seu perfeito juízo, poderá admitir que o filho esteja a cometer borradas, com o pai, ainda lúcido, sentado no camarote a observar os dribles do Claudinho contra os princípios elementares da política: responsabilidade e lealdade, a menos que esteja a favor e dentro da estratégia.

Pareceu também fazer sentido a ideia de que Claudinho não passa daqueles garotos que entram em campo para animar a claque antes de a equipa principal entrar em cena.Infelizmente, este comportamento coloca em causa a seriedade de Nandó e do prestígio granjado ao serviço do Estado.

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