Laborinho reconhece falhas na Polícia Nacional: ‘Erros que custam vidas humanas´
O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, admitiu esta quarta-feira, em Luanda, que alguns agentes da Polícia Nacional cometem erros graves e que, em certos casos, resultam na perda de vidas humanas. Durante um encontro com Filomeno Vieira Lopes, líder do Bloco Democrático, Laborinho enfatizou que esses agentes são responsabilizados pelas suas acções.
Por Feliciano Jacinto
“Reconhecemos que no cumprimento do dever, os nossos agentes, lamentavelmente, cometem erros, alguns dos quais culminam com a perda de vidas humanas”, afirmou o ministro, sublinhando que, quando necessário, são instaurados inquéritos, processos disciplinares e criminais contra os envolvidos, com punições adequadas conforme a gravidade de cada caso.
De acordo com Laborinho, em 2023, 46 agentes foram expulsos da corporação por má conduta, e no primeiro semestre deste ano, mais 32 sofreram o mesmo destino. Além disso, muitos estão atualmente presos por crimes militares e comuns, evidenciando a seriedade com que o Ministério do Interior aborda estas questões.
Laborinho reforçou o compromisso do Ministério em respeitar a Constituição e promover os direitos humanos.
Ele destacou que o Ministério é um parceiro da sociedade civil na manutenção da ordem pública e conta com o apoio de partidos políticos, como o Bloco Democrático, para sensibilizar os cidadãos a evitar actos de desobediência, agressão, e vandalismo.
O encontro surgiu após Filomeno Vieira Lopes solicitar uma audiência antes de uma manifestação marcada para 31 de agosto, para discutir o comportamento da Polícia. O líder do Bloco Democrático procurava garantir que a acção policial seria de protecção, e não de repressão, como estipula a lei.
No entanto, a manifestação, que se destinava a protestar contra a Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, foi impedida pela Polícia no sábado, levando à detenção de dezenas de activistas e de um jornalista, sob a alegação de que o protesto não estava autorizado.
