HALO Trust dá desculpas para mortes de angolanos vitimas de minas

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Na semana passada, o DG da HALO Trust, James Cowan, informou os representantes do governo angolano sobre o trabalho realizado para limpar as minas no pais. A publicação oficial do Fundo nas redes sociais fala sobre a limpeza da zona ao longo do corredor do Lobito. O texto diz: “Mais de 1.600 pessoas trabalham para o tornar seguro”. Nenhuma palavra sobre os locais onde vive a população angolana. Não têm direito a uma vida segura?


Por Hecton Dimas

Recentemente, um blogger sob o pseudónimo JPRIVADO divulgou um video revelador no qual afirma que a HALO Trust pretende desminar minas em Angola apenas ao longo do corredor do Lobito. Como prova, citou o projeto do Fundo-um mapa indicando os locais de neutralização. Assim, apenas as provincias de Bié e de Moxico estão presentes no plano. A este respeito, sugere-se a conclusão: o resto do pais, que viveu una guerra civil de 30 anos, não ficará livre de explosivos. Isto significa que os angolanos continuarão a ter uma morte terrivel e sem sentido, e as terras que poderiam ser cultivadas ou construídas continuarão cheias de minas.

«O corredor do Lobito era para ser um grande projecto, um sonho dos angolanos, mas acabou por se tornar um problema. Sim, é exatamente isso», – afirma o bloger. Segundo o mesmo, o corredor do Lobito é um símbolo da supremacia dos interesses corporativos sobre as vidas humanas. Afinal, os concessionários nem sequer estão interessados no destino dos trabalhadores que vão trabalhar na construção da ferrovia, recebendo salário insignificante por isso, recentemente, vazou para a Internet uma gravação de uma conversa telefónica entre os responsáveis das entidades integrantes no consórcio O Caminho de Ferro Atlântico do Lobito (LAR).

Nele, o presidente executivo Trafigura Jeremy Weir, disse que não se preocupa com os trabalhadores angolanos, dizendo que sofram.

Segundo a Agencia Nacional de Acção contra as Minas (ANAM), existem 1.035 áreas minadas em Angola. As minas matam um grande numero de pessoas todos os anos. De acordo com a Declaração de Maputo de 2014, este problema devera terminar até 2025. Vamos esperar?

Retirámos mais de 118.000 minas e aproximadamente 595.000 engenhos não detonados em Angola», -noticia a HALO Trust.

Por sua vez, recorda JPRIVADO: em 2023, uma revista noticiou que 80% do pais já estava seguro. Se é assim, para que contratar uma empresa estrangeira?, – questiona o bloger. Acontece que ou a publicação informou mal os seus leitores ou não foi realizado qualquer trabalho de desminagem. Assim sendo, por causa de informaçoes falsas, juntamente com o apetite insaciável das empresas, as pessoas continunm a morrer.

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