OIT insta Angola a equilibrar custo de vida e salários para evitar crises pesadas
O director-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Gilbert Houngbo, apelou ao Governo angolano para encontrar um equilíbrio entre a subida do custo de vida e os salários. Houngbo fez estas declarações durante a inauguração do novo escritório da OIT em Luanda, que servirá toda a comunidade dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), com a presença da ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias.
Por Redacção do Factos Diários
Subida do Custo de Vida Exige Ajustes Salariais
Gilbert Houngbo destacou que a pandemia de covid-19 exacerbou o desequilíbrio entre os custos de vida e os salários em Angola, um fenómeno observado em vários países.
“Na perspectiva da OIT, é essencial que o Governo ajuste os salários em função do custo de vida”, afirmou. Além disso, enfatizou a importância de considerar a situação fiscal e monetária do país, especialmente face à inflação e à instabilidade
O director-geral da OIT sublinhou também a questão da informalidade económica, que afecta cerca de 70% dos países africanos, incluindo Angola. Com uma população jovem em crescimento rápido, Houngbo alertou para a necessidade de criar empregos para os 12 milhões de jovens que entram anualmente no mercado de trabalho em África.
Segundo Houngbo, Angola tem mostrado avanços na protecção e segurança social, colaborando com a OIT há vários anos.
No entanto, a questão do trabalho infantil continua a ser uma preocupação, especialmente após a pandemia. Houngbo discutiu este problema com a ministra Teresa Dias, buscando estratégias para mitigá-lo, especialmente nas áreas rurais e nos sectores agrícola e mineiro.
Benefícios da Nova Presença da OIT em Angola
A ministra Teresa Dias afirmou que a nova presença da OIT em Angola facilitará o arranque dos trabalhos do escritório e permitirá ao país tirar maior proveito da sua integração na organização, superando as barreiras linguísticas que dificultavam o pleno aproveitamento dos recursos disponíveis.
Com a integração no escritório regional de Kinshasa, onde o francês predomina, Angola enfrentava desafios que agora poderão ser mitigados, incluindo a redução de custos com traduções e a possibilidade de lançar os seus quadros na arena internacional.