Ministério das Finanças exige devolução do carro Jaguar e casa da ex-presidente do Tribunal de Contas

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O Ministério das Finanças solicitou à ex-presidente do Tribunal de Contas (TdC), Exalgina Gambôa, que devolva a casa de função e o automóvel Jaguar que lhe foram atribuídos. Gambôa renunciou ao cargo devido a suspeitas de corrupção.


Por Joaquim Paulo

Num documento datado de 6 de fevereiro de 2024, a directora do gabinete da Ministra das Finanças, Polonga Fernandes, detalhou que Gambôa recebeu uma casa no Condomínio Privilege Residence e um veículo Jaguar como parte das regalias do seu cargo.

O caso foi inicialmente reportado pelo site Maka Angola, dirigido pelo activista e jornalista Rafael Marques de Morais, que no ano passado pediu uma investigação aos gastos excessivos da ex-presidente do TdC.

Exalgina Gambôa foi constituída arguida num processo de corrupção e deixou o cargo sob pressão do Presidente da República. O Ministério das Finanças destacou que, dado que a renúncia de Gambôa não ocorreu por jubilação, é necessário devolver os bens.

Esta decisão está em conformidade com a resolução do Conselho Superior da Magistratura Judicial, que rejeitou o pedido de jubilação antecipada da ex-presidente. O documento finaliza aguardando que Exalgina Gambôa informe as datas e locais para a devolução dos bens.

Gambôa renunciou ao cargo em março do ano passado, após ser formalmente acusada de corrupção. Ela e o seu filho, Hailé da Cruz, foram acusados de extorsão e corrupção, com um inquérito aberto em resposta a denúncias públicas.

O Presidente João Lourenço anunciou em 21 de fevereiro que havia convidado Gambôa a renunciar devido às “ocorrências” envolvendo a ex-presidente.

Rafael Marques de Morais revelou que as despesas de Gambôa, pagas com fundos públicos, somaram cerca de 4 milhões de dólares para mobiliar a residência com itens de duas empresas diferentes.

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