Parecer sobre Audição de Álvaro Sobrinho à Assembleia Nacional Portuguesa
A audição de Dr. Álvaro Sobrinho, realizada, nesta quarta-feira (05.06), na Assembleia da República de Portugal, permitiu dissipar qualquer dúvida sobre a falta de imparcialidade na condução do processo, que provocou o arresto das contas da empresa, desde Março de 2022.
Diante da Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança e Inclusão, o Presidente do Conselho de Administração da Printer Portuguesa – Indústria Gráfica, S.A., esteve conseguiu facilmente desmontar os argumentos sobre a situação dos trabalhadores da empresa, apresentados pelos deputados, numa iniciativa requerida pelo Bloco de Esquerda (BE).
O PCA da Printer procurou não ser deselegante, apesar de determinadas perguntas com pendor insultuoso e xenófobo, dando azo a velha máxima de que “não há perguntas estúpidas, apenas respostas estúpidas”. Álvaro Sobrinho limitou-se a lamentar o facto de, mais uma vez, o deputado do BE ter feito juízo de valores, sem, no entanto, inteirar-se sobre a realidade da empresa, muito menos procurou o contraditório para apurar os factos.
O facto do deputado do BE, Álvaro Soeiro, ter insistido na narrativa que “AS é um gangster financeiro, em função dos crimes que está a ser acusado pela justiça portuguesa, bem como eventuais ligação com oligarcas angolanos”, reforça o carácter xenófobo e racista, que tem marcado a campanha de “assassinato de carácter” para destruir a reputação do empresário. “A imagem de qualquer empresa é sempre sabotada quando se aborda que os accionistas são oligarcas, gangsters, etc.”, sublinhou Álvaro Sobrinho.
De igual modo, demonstra que não respeita o princípio da presunção de inocência. Claramente, houve sim má fé, de certos deputados da esquerda, em denigrir a imagem da Printer, publicando notícias falaciosas que assustam clientes e fornecedores.
“A esquerda me persegue há muito tempo. As suas afirmações são preconceitosas, que roçam o racismo. Tenho processo que se arrasta há 14 anos (em Portugal), entretanto, nunca fui condenado, apesar da condenação pública a que sou alvo por alguns círculos da política portuguesa. A justiça Suíça analisou a mesmo problema e me deu razão, mas ainda assim, não mereceu manchetes na imprensa, em Portugal. Quando se falou dos turcos toda gente caiu em cima, mas no caso dos angolanos, regista-se silêncio absoluto, apesar de se dizer que somos ‘país-Irmão'”, desabafou o empresário angolano, de forma contundente durante a audição.
De forma clara e objectiva, Álvaro Sobrinho respondeu todas as questões. Ao nosso ver, foi pertinente reafirmar a falta de sensibilidade do Juíz Carlos Alexandre decidiu arrestar as contas da Printer, em Março de 2022, em detrimento do arresto das acções do Presidente e não as contas da empresa, acabando por afectar o grupo editorial Babel.
Ao colocar o “dedo na ferida”, fica claro que nenhuma empresa sobrevive quando tem as suas contas arrestadas, restando-lhe apenas “insolvência”, ficando a beira da falência.
O antigo presidente do Banco Espírito Santo Angola (BESA) revela o seu carácter humanista ao lamentar a situação actual que se encontram os 120 trabalhadores da Printer, assim como afecta,, igualmente, cerca de 380 trabalhadores no Concelho de Sintra, sem esquecer outras pequenas empresas que dependem da Printer para a sua sobrevivência.
As várias tentativas da Administração salvar a empresa do colapso que se encontra, não resultou. Foram vários pedidos para tentar levantar as penalizações sobre as contas da Printer Portuguesa, de modo a não entrar em layoff, tendo em conta que a empresa tinha muitas encomendas para fazer.
De igual modo foi pontual, a informação prestada aos parlamentares, segundo a qual, a Printer Portuguesa foi comprada, em 2012, a um grupo alemão. Na altura, a empresa contava com um passivo de aproximadamente de três milhões de euros e que injectaram, desde então, cerca de 12 milhões de euros.
A redução dos salários dos funcionários do topo da hierarquia, foi uma estratégia adoptada para melhorar a condição salarial dos trabalhadores. Para se ter uma ideia, as antigas administrações ganhavam 300 milhões de euros/ano, mas a actual ganha apenas 12 milhões.