João Lourenço diz que os angolanos têm que ganhar o hábito de fazer Turismo em uma sociedade que não tem o que comer-JPRIVADO
OPINIÃO
JPRIVADO/ Activista social e blogueiro.
Viajar é uma atividade enriquecedora que nos permite explorar novos lugares, culturas e experiências. No entanto, é importante reconhecer que essa oportunidade não é igualmente acessível para todos. Enquanto algumas pessoas planejam suas próximas aventuras, outras lutam diariamente para atender às suas necessidades básicas, como alimentação.
A sociedade está abalada pela recente falas de JLO, que incentiva os angolanos pobres e desempregados a fazerem turismo. Enquanto alguns veem essa medida como uma oportunidade de crescimento e descoberta, muitos outros a encaram como uma fala sem cabimento, gerando uma onda de revolta e controvérsia que ecoa em todos os cantos da comunidade.
Os Argumentos Pró e Contra:
- A Favor da falas do PR:
- Defensores argumentam que o turismo pode ser uma experiência enriquecedora, oferecendo novas perspectivas e oportunidades de aprendizado para os jovens em situação de vulnerabilidade.
- A medida pode ajudar a impulsionar o setor do turismo, criando empregos e estimulando a economia local.
- Os Contra as falas do PR:
- Críticos apontam que obrigar os jovens pobres e desempregados a viajar é insensível às suas circunstâncias individuais e dificuldades financeiras.
- A política pode ser vista como uma tentativa de mascarar problemas estruturais mais profundos, como desigualdade social e falta de oportunidades de emprego.
Reações na Sociedade:
- A implementação dessa política desencadeou uma onda de protestos e indignação, com manifestações ocorrendo em toda a sociedade.
- A revolta é evidente não apenas entre os jovens afetados, mas também entre grupos de defesa dos direitos humanos e membros da sociedade civil preocupados com as ramificações éticas dessa medida.
A ideia de fazer turismo pressupõe uma certa liberdade financeira e estabilidade que muitos indivíduos simplesmente não possuem. Para aqueles que estão enfrentando a insegurança alimentar, a perspectiva de viajar para o turismo é um luxo distante e inatingível. Quando alguém está preocupado com a fome e a falta de nutrição, a ideia de embarcar em uma jornada turística se torna uma fantasia distante.
A fome não é apenas uma questão física, mas também afeta profundamente o bem-estar emocional e mental de uma pessoa. Quando alguém está preocupado com onde encontrará sua próxima refeição, é difícil imaginar desfrutar das maravilhas de um destino turístico. A fome é uma barreira que impede o pleno engajamento com o mundo ao nosso redor.
Além disso, a falta de acesso a alimentos adequados pode ter consequências graves para a saúde a longo prazo. Sem uma nutrição adequada, o corpo humano não pode funcionar adequadamente, o que pode resultar em uma série de problemas de saúde física e mental. Nessas circunstâncias, a preocupação com a saúde se torna uma prioridade maior do que qualquer aspiração turística.
É importante reconhecer que a insegurança alimentar não é apenas um problema enfrentado por indivíduos em países em desenvolvimento, mas também por muitos em nações desenvolvidas. A desigualdade econômica e social significa que há pessoas em todos os lugares lutando para colocar comida na mesa.
Portanto, antes de falar sobre turismo, devemos primeiro abordar as questões fundamentais de fome e insegurança alimentar que muitos enfrentam diariamente. Devemos trabalhar como sociedade para garantir que todas as pessoas tenham acesso a alimentos adequados e nutritivos. Somente então poderemos verdadeiramente aspirar a um mundo onde todos possam desfrutar da riqueza e diversidade que o turismo tem a oferecer.