Inclusive João Lourenço está irritado com a estrada do Nambuangongo. “Eu não voltarei ao Bengo enquanto não entregarmos essa estrada”
Nambuangongo. Trata-se do espaço geográfico em que se fundou a célebre Primeira Região Político-Militar do MPLA, porém é um dos municípios mais críticos da província do Bengo onde as promessas passam simplesmente de promessa embora que em alguns casos acaba por irritar o Titular do Poder Executivo que, por culpa dos ministérios de tutela alguém recebe o título de incompetência por ser o único município que não liga Caxito por via de asfalto.
Por Isidro Kangandjo
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A Rádio Bengo fez lembrar ao Presidente da República que apesar de duas infraestruturas inauguradas, a população do Bengo debate-se muito com a questão relacionada com a estrada de Nambuangongo e questiona que orientações deixou relativamente às obras do troço Onzo/Muxaluando. A resposta veio com um sabor de fúrias por não se tratar de um assunto que, no entender do Presidente da República a conclusão seria antes de vir pela terceira vez à província.
“Bom, este é um dos assuntos que vimos esta manhã na reunião com o Governo da Província do Bengo e a orientação é que eu não voltarei ao Bengo enquanto não entregarmos essa estrada, porque de visita em visita fala-se nessa estrada. Esta é a orientação que foi dada ao Executivo. Ao departamento ministerial competente para, antes da minha próxima visita, ter esse pequeno troço de estrada terminado”, disse.
Para colmatar o problema, o Executivo pretende resolver a questão da via de circulação ainda no decurso do próximo ano. E para tal, o OGE 2024 deverá encontrar fundos para que os cidadãos do referido município tenham a vida mais facilitada em termos de circulação.
O corte nos orçamentos a nível das províncias e ministérios que constitui o órgão do Estado liderado pelo Presidente João Lourenço, mereceu um descontentamento da Governadora da província do Bengo, Maria Antónia Nelumba que sugeriu uma revisão orçamental, porém o Presidente da República justificou que voltar para trás com a decisão do corte orçamental em todas as unidades orçamentais, sem excepção de nenhuma, não só para as províncias como para os próprios departamentos ministeriais, seria um precedente muito mau.
“É uma questão em que os atingidos têm o direito de reclamar. Os próprios ministros, que tomaram a decisão em Conselho de Ministros de fazer estes cortes orçamentais, também reclamaram e, no entanto, aprovaram a medida em Conselho de Ministros. O direito de reclamar assiste a todos. Agora, corrigir ou não corrigir, tudo depende dos recursos. Fazer o milagre da transformação de rosas em pão eu ainda não aprendi a fazer! ”, esclareceu.
A estrada em causa está paralisada desde 2015 e, em 2019, Manuel Tavares de Almeida, nas vestes de Ministro das Obras Públicas, afirmou que o seu ministério já tinha enquadramento financeiro e estava em condições de retomar as obras para a conclusão dos 17 quilómetros em falta.
Em 2020, nos cumprimentos do fim de ano, Mara Quiosa tinha garantido que até 2021 a estrada estaria concluída em 2021, sublinhando que a empreitada foi reinscrita no Orçamento Geral do Estado. a verdade que é que nem o antigo Ministro quer antiga governadora do Bengo falou a verdade e as lamentações das populações continuam.
Com uma extensão de cinco mil e 603 quilómetros quadrados, o município do Nambuangongo tem uma população estimada em 61 mil e 24 habitantes, maioritariamente camponesa, distribuídas pelas comunas do Muxaluando, Kixico, Kicunzo, da Zala, do Gombe, Cage Mazumbo e Cana Cassala.