O Presidente e o divórcio com a população. A imagem que deve ser refletida durante o discurso do Estado da Nação

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OPINIÃO

Isidro Kangandjo/jornalista e CEO do Factos Diários


Aguarda-se para esta segunda-feira, o discurso da nação que poderá radiografar aquilo que o país e o seu governo efectuou durante um ano, aquilo que está ser feito e o que poderá ser feito.

Passado um ano, o país dos sonhos se tornou um pesadelo onde os vivos clamam pelos mortos que, no entender dos vivos os mortos terão levado toda a graça do povo assim como os pneus e os motores que deveriam levar o país ao bom porto.

O Chefe de Estado parece que criou o seu próprio Estado e o seu próprio povo porque, os cidadãos angolanos estão mais abandonados e não sabem a quem pedir ajuda porque quem deveria o fazer mora num Palácio onde o som dos gritos com problemas diversos não chegam. Os auxiliares de quem manda passam o tempo a enganar o Presidente fingindo que está tudo bem.

Aqui na terra cujo o Presidente é invisível, relata estas imagens que parece de um país em guerra porque a população nem se quer consegue comprar um kilo de fuba para sustentar os seus filhos e sobrinhos órfãos de pais mortos nos hospitais onde o humanismo se reflete apenas no dinheiro.

Enquanto jornalista tive a sorte de visitar as comunidades aqui em Luanda e acompanhar de perto como está a realidade, na verdade, caro leitor, só sei que se não levasse a minha motorizada que tem combustível, sairia a pé porque o pouco que tinha fui obrigado a deixar porque, neste país chamada Angola, particularmente em Luanda, encontramos crianças de até três anos que fazem o jogo de estômagos que só comem no jantar.

Senhor Presidente da República, uma vez que o povo teve a sorte ou mesmo o azar de te votar, não se vingue e não permite que alguém se vingue com este povo que parou de chorar por falta de lágrimas.

O país não está indo bem e durante um ano esta Angola parou e pensamos nós que José Eduardo dos Santos, ao morrer levou consigo a chave e o motor.

A comunidade está a comprar o meio do meio do kilo de arroz porque não consegue ter os 500 Kwanzas para comprar o meio.

O óleo compram de 100 kwanzas que nem se quer chega para enganar as verduras.

O açúcar que é produzido em Angola também subiu por esta razão até a quissángua de 300 kwanzas por litro, hoje custa 700 kwanzas.

Assim devemos fingir que está tudo bem? Não, não e não senhor!!!!!

Esperamos que neste discurso do dia 16 o senhor olhe para esta imagem e pense naquilo que o país precisa com urgência. O país está mal porque até aquele que tem um salário de um milhão de kwanzas também está a chorar e nós que às vezes não temos salário? Os auxiliares do senhor têm ouvidos mas não querem ouvir, têm olhos mas não querem ver se vejam então têm o receio de levar a real preocupação ao senhor Presidente.

Por agora, se regista um grande divórcio entre o Presidente da República e o povo, por esta razão, é necessário que se encontre políticas humanizadas e de coração de carne para se dar o fim nesta guerra que mata mais que a bala.

As pessoas não podem morrer de fome porque o dinheiro é insuficiente para comprar alimentação.

As pessoas não podem passar a noite a fome porque o dinheiro não chega para comprar a refeição para a sua família.

Para uma boa imagem do país e do Presidente da República, dê mesmo atenção nas preocupações primárias da população.

Neste discurso de Segunda-feira, espero que o Presidente da República não se revolte apenas com alimentação que o povo precisa com maior urgência, mas que se revolte com os cuidados que o povo está a ter nos hospitais construídos com muito dinheiro mas que não trata bem os pacientes e nunca tem medicamentos salvo se ir por indicação de alguém que é conhecido lá no Palácio.

Se revolte também com os Policias bandidos que passam o tempo a incomodar os motoqueiros, taxistas e Camionistas para dar gasosa de papel. Há muita corrupção onde os empresários corrompem os efectivos sobretudo da DIIP para atender os seus caprichos.

Senhor Presidente, neste discurso se revolte com todos os seus quadros para estarem mais próximo de nós o povo porque a solução de vários problemas está connosco porque somos nós que vivemos com ele.

Senhor Presidente, deve chegar a hora de Angola brilhar, é a hora do povo provar que temos dirigentes capazes de reduzir os problemas básicos.

Quase a terminar, se revolte com o programa Kwenda que está cheio de número fantasmas para que os autores ou pessoas da frente tenham dinheiro nos seus bolsos. O número de beneficiários está muito baixo daquilo que está ser exibido. Esta reclamação vem de muitos sobas e políticos que eu próprio estou disponível para fornecer os contactos.

Para terminar, não me interpretem mal e não quero outra vez atender chamada anónima. Pelo menos tive a coragem de explicar aquilo que durante um ano não conseguiram de fazer que é viver os problemas do povo e resolver.

A única maneira de parar de alertar é saberem fazer bem o trabalho em prol deste povo que vive apenas 22 anos de paz e 48 anos de independência.

ESPERO QUE RECADO TENHA CHEGADO BEM.

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