José Massano “Os problemas do Banco BESA não estão todos resolvidos”
O governador do Banco Nacional de Angola José de Lima Massano, afirmou esta terça-feira, 28, na grande entrevista que concedeu à TPA que, apesar do banco BESA estar a funcionar na normalidade, os problemas não estão todos resolvidos.
Por Kamaluvidi Baptista
“Foi um processo absolutamente transparente, dentro das margens que a própria legislação permite ao BNA no sentido da salvaguarda e protecção do nosso sistema financeiro”, disse o governador do banco central angolano, José de Lima Massano, repetindo o que foi divulgado em 2014 pelo BNA.
“O que foi dito naquela altura prevalece válido e, no essencial, a tal informação permanece válida”, disse.
No dia 10 de Setembro de 2018, o ex-presidente da Comissão Executiva do BESA Álvaro Sobrinho disse em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA) que a instituição faliu por decisão política e não por insolvência.
Álvaro Sobrinho questionou, na altura, se o BESA faliu mesmo, porque, no seu entender, do ponto de vista formal, o banco existe com outra denominação (Banco Económico) e, do ponto de vista prático, não houve nenhum organismo internacional, independente, estatal e nem auditor que declarasse a falência da instituição.
“O BESA foi alvo de uma auditoria, em 2011, que não viu falência”, referiu o empresário, salientando que a narrativa da insolvência nasceu dos accionistas e que a situação de bancarrota não foi declarada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), auditores da KPMG, conselho fiscal ou outros reguladores internacionais.
Segundo Álvaro Sobrinho, em 2011/2012, os relatórios elaborados pela KPMG, para efeito de contas internacionais standard, não apresentaram reservas. O problema parece ser mais longo e tudo indica que escorrerá muitas águas por baixo da ponte. O director do BNA conta que a aplicação dos 10 milhões de dólares não terão sido suficientemente bastantes para a construção do Museu da Moeda, em Luanda.
Governador do BNA, no momento que falava de algumas situações problemáticas dos Bancos Comerciais, confessou que os projectos do Banco de Poupança e Crédito (BPC), nunca terão chegado na fase da sua finalidade e acrescenta que sempre houve uma vigia num dos únicos bancos público.
“Deve haver alguns sacrifícios por parte do BPC, para se tornar um Banco Comercial”, disse Massano.