Declaração de guerra entre dos Santos e JLO é assinada no dia 21 de Novembro 2018
Para alguns militantes sênior do MPLA, consideram João Manuel Gonçalves Lourenço como um homem que odeia críticas e confrontos e, no entender destes militantes, o abandono de José Eduardo dos Santos e a perseguição visível contra a sua família é resultante dos pronunciamentos do segundo Presidente de Angola quando veio em sua defesa de várias acusações que pesavam sobre Ele.
Por Isidro Kangandjo
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No dia 17 de Nnovembro de 2018, João Lourenço revelou ao jornal português Expresso que encontrou os cofres do Estado angolano vazios. Tendo em conta a acusação ser pesada e que poderia denegrir a sua reputação enquanto uma figura incontornável de um país que governou perto de 4 décadas, depois de 4 dias, isto é no dia 21 de Novembro de 2018, dos Santos realizou uma conferência de imprensa onde desmacarou o seu sucessor.
“Não deixei os cofres do Estado vazios. Em setembro de 2017, na passagem de testemunho, deixei 15 mil milhões de dólares no Banco Nacional de Angola como reservas internacionais líquidas a cargo do um gestor que era o governador do BNA [Banco Nacional de Angola ] sob orientação do Governo”, disse dos José Eduardo dos Santos.
Com esta resposta, conta a fonte dos camaradas, foi o suficiente para perseguir estrategicamente a Família dos Santos onde Isabel dos Santos, José Filomeno dos Santos e Tchizé dos Santos foram e continuam a ser as principais vítimas desta perseguição. Para além dos Filhos, antigos colaboradores próximos de Santos, como os generais “Kopelipa” e ‘Dino” foram também alvo de acções por alegado envolvimento em negócios corruptos.
“Esperava uma verdadeira passagem de pasta em que me fosse dado a conhecer os grandes dossiês do país e isso, de facto, não aconteceu”, disse em 2018 o terceiro Presidente na história da República João Lourenço.
Sobre o assunto, José Eduardo dos Santos veio responder que, aquando da sua saída deixou o Orçamento Geral do Estado 2017/2018, já elaborado, mas a “nova equipa governativa não quis seguir a proposta deixada”, tendo acrescentado que “apesar da crise económica, resultante da baixa do preço do petróleo no mercado internacional”, o seu Governo tinha a economia “controlada”.
Depois de dois anos fora, José Eduardo dos Santos regressou a Angola a 14 de Setembro de 2021 e apenas no dia 24 de dezembro JLO decidiu se deslocar ao Miramar para saudar o Presidente Emérito do seu partido. Neste encontro foram partilhadas imagens de sorrisos mas até aqui não se sabe o que foi tratado de concreto. O Factos Diários sabe apenas que, depois deste encontro, dos Santos ficou privado de deixar o país para dar sequência nas consultas que fazia em Barcelona, cidade capital da Espanha.