Isabel dos Santos acusa governo angolano de espalhar inverdades e promete confrontar tudo
A empresária que é alegadamente alvo de um mandado de captura internacional, nega que esteja arrolada em processos judiciais internacionais, afirmando que estão a decorrer em vários países “inquéritos” motivados pelas informações divulgadas no âmbito da investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (CIJI).
Por redação do Factos Diários
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A empresária, que chegou a ser considerada a mulher mais rica de África pela revista Forbes, reitera que sempre esteve disponível para falar com as autoridades angolanas, alegando que não há, no entanto, interesse em ouvi-la por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola. Segundo Isabel dos Santos, o objetivo das autoridades em Luanda é nacionalizar a Unitel, a maior operadora móvel do país.
“O Luanda Leaks foi uma manipulação grosseira, foi uma encomenda do Estado angolano que infelizmente decidiu ter-me a mim como alvo por razões políticas e por perseguição política. E utilizou e manipulou jornalistas, colocando nas mãos dos jornalistas informações que não eram verdadeiras, convencendo-os de factos que não eram reais, e os jornalistas efetivamente criaram uma série de alegações nos jornais. Ora, quando existem alegações nos jornais, é normal que as autoridades dos países em que essas alegações são feitas abram investigações ou inquéritos. Neste momento, não há processos judiciais. O que há são inquéritos. As autoridades querem saber se é verdade o que foi alegado. Sim ou não? Então, o que está a ocorrer é que em Portugal, por exemplo, há oito inquéritos, que eu saiba, porque também quero dizer que, infelizmente, todos esses inquéritos têm sido feitos em segredo de justiça.”
Isabel diz que “depois do Luanda Leaks ter acontecido, realmente fiquei muito espantada. Primeiro, pela quantidade de notícias falsas que estavam lá dentro. Foi dito que a engenheira Isabel dos Santos transferiu 135 milhões para uma offshore.”
” Ora, eu nunca transferi 135 milhões para offshore nenhuma, e eu tinha que perceber de onde é que vinha essa informação. Percebi que eram informações falsas [postas a circular] pela PGR e pelo Estado angolano, que diziam que eu não tinha pago aos consultores como a Boston Consulting Group, a McKinsey e a Pricewaterhouse Coopers (PwC), que estavam a trabalhar na Sonangol durante o período de reestruturação. Diziam que eu não tinha pago e que eu tinha desviado esse dinheiro.
Ora, essa informação é falsa, tanto mais é falsa que, mais tarde, todos estes consultores confirmaram que receberam o dinheiro. As provas foram dadas durante o inquérito e o juiz, há mais de um ano, durante a fase de inquérito ainda, nem sequer transitou para algum tipo de acusação – decidiu que sim, que os consultores foram pagos e os serviços foram prestados.”