Ricardo Leitão o rosto da corrupção em Portugal

A história começa em Portugal com o pai, que também foi seu professor na arte de bem burlar. José Filomeno Ventura Machado é conhecido até hoje na região da Amadora como um charlatão. Negócios obscuros e mal explicados no ramo imobiliário valem-lhe a fama.


Redação do FD

A astúcia desenvolvida ao longo de vários anos em esquemas e fraudes, fizeram dele a escolha óbvia do filho, Ricardo Filomeno Leitão Machado, para a condução da estratégia de branqueamento dos capitais roubados por este em Angola. Portugal foi o destino e o imobiliário o foco.

Enquanto em Angola, Ricardo Leitão Machado engendrava vários planos para desviar dinheiro do Estado Angolano, em Portugal constituiam-se várias empresas para canalizar essas verbas, que antes faziam uma breve passagem pelo Dubai.

Do MINTRANS, Ricardo Machado roubou 75 milhões de dólares. Assinou um contrato de 500 milhões de dólares, elaborado pela sociedade portuguesa de advogados Abreu, nomeadamente pelo seu amigo pessoal José Eduardo Martins. Este contrato, totalmente fictício, nunca teve qualquer grau de execução nem qualquer aprovação ou visto do Tribunal de Contas. No entanto, isso não impediu que Ricardo Leitão Machado tivesse recebido o adiantamento de 75 milhões de dólares, que nunca devolveu. Quem o ajudou neste roubo descarado? É só irem ao BNA perguntar.

No BPC, Ricardo Leitão deve até hoje 40 milhões de dólares. Novamente com ajudas de pessoas influentes no regime da altura, conseguiu um crédito para comprar turbinas. O crédito era o dobro do valor do equipamento, e mesmo depois de receber o pagamento do Estado, Ricardo Machado nunca o liquidou. Ou seja, recebeu duas vezes pelas turbinas. Um pagamento do Estado e um pagamento do BPC.

Só nos dois negócios acima, Ricardo Leitão Machado já tinha roubado do Estado Angolano 115 milhões de dólares. Não se sentir satisfeito, conseguiu também vender equipamento ficítico à clínica Multiperfil, embolsando aí mais 20 milhões de dólares. Mas a ganância não o deixava parar. Tendo já no bolso 135 milhões de dólares roubados aos angolanos, ainda tentou um último golpe no MINEA, que lhe iria valer cerca de 120 milhões de dólares, não fosse a pronta intervenção do Ministro da Energia e água de Angola, que se vê agora na mira da vingança deste ladrão, o plano estaria concretizado.

Depois de tanto roubar, era preciso lavar todo o dinheiro, tendo começado um esquema ardiloso de branqueamento. Ricardo Machado chegava a pagar aos seus colaboradores cerca de 10 vezes mais do que era suposto, pedindo a estes que depois devolvessem o excesso em contas do próprio em Portugal. Além disso, canalizou o dinheiro para o Dubai e Luxemburgo, de onde depois transitava para várias empresas em Portugal que iam adquirindo várias propriedades naquele país.

A título de exemplo, atente-se ao património de apenas uma das muitas empresas controladas por Ricardo Leitão Machado e os seus familiares e amigos próximos.

Destinos Mágicos (NIPC: 508405033)

3 Prédios em Lisboa, na zona de Alvalade (Rua João Sairava, nº 9, nº 30 e nº 38) – os três prédios estão avaliados num total de 15.000.000 €
1 Moradia em Sintra com valor de 2.500.000 €
1 Apartamento em Cascais, casas da Gandarinha (Rua Rei Humbero II de Itália) com o valor de 1.300.000 €
1 Pousada na ilha de S. Jorge, nos Açores com o nome de Casa da Cascata – valor de 1.200.000 €
5 Apartamentos em Telheiras (Rua Professor Simões Raposo, nº11) – valor total de 3.000.000 €
2 Moradias na zona do Restelo, em Lisboa (Rua João Coimbra nº9 e Avenida do Restelo nº2) – valor total de 8.000.000 €
1 Quinta no Cadaval, na freguesia do Peral – valor de 900.000 e

Em nome do pai estão ainda registados 28(!!) automóveis, numa colecção avaliada em mais de 5.000.000 €, bem como imóveis na Amadora, em Portimão, em Sintra, na Lagoa e no Cadaval, num total de 3.000.000 €.

Só aqui temos um total de 40 milhões de euros em imóveis. Basta olhar para o passado profissional vazio de Ricardo Leitão Machado, bem como para a contabilidade oficial da empresa Aenergy, para se perceber que seria impossível, de forma legal, que tivesse acumulado tal património.

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