Francisco Viana: “A economia angolana é ainda uma dúvida”

 

A afirmação é do Presidente da associação dos empresários de Luanda (A.E.LUANDA), Francisco Viana quando falava recentemente ao Portal Factos Diários sobre a saúde dos empresários e o real quadro económico e político do país e avançou que não se pode construir uma telenovela para o povo se distrair com ela. Para o empresário, ainda nada mudou em Angola porque os que estavam no poder continuam no poder e queles que estavam sem dinheiro continuam sem dinheiro.


Por Afonso Eduardo

Faz três anos que o Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço tomou o destino de Angola num momento de muita indecisão tendo em conta a crise financeira declarada pelo seu cessante em 2014. De lá para cá, parece que o país não é mais o mesmo. Tudo parou.

Tendo em conta a situação actual do país, Francisco Viana sugere que seja criado o “Conselho de Concertação Económica e Empresarial” de maneira que o Presidente da República indicasse uma equipa que fosse trabalhar com os representantes do sector privado para juntos pensarem e ver onde produzir, o que produzir, quando produzir e com quem produzir.

“Vemos boas ideias mas se não for feita dinamização do sector empresarial, nada vai acontecer. Nós acreditamos que o Presidente da República está num bom caminho ele já fez um grande esforço no primeiro ano mas agora é necessário conciliar o empresariado”, disse.

De acordo com Francisco Viana, algumas resoluções empresariais está sendo tratado de forma restrita convidando amigos e políticos empresários e muitas outras associações são excluídas como é o caso da AE-Luanda que mesmo juntando centenas de empresários e dezenas de associações, infelizmente não são chamados nas resoluções da situação económica e financeira do país.

“O estado fala com as associações que entender que são as suas amigas, mas aqueles que apontam o dedo na ferida, aqueles que não estão aqui para fazer favor a ninguém, o estado não tem-se aproximado. Isso não é bom para o país”.

Viana, sugere ao titular do poder executivo que volte a colocar em funcionamento o programa Angola investe, que que foi a falência por indício de corrupção, nepotismo e amiguismo. Segundo a fonte oficial do Portal Factos Diários, muitas figuras do estado na altura liderado pelo José Eduardo dos Santos, esvaziaram o dinheiro do Banco BPC e alguns receberam milhões de dólares e ficou sem dinheiro para o povo e o programa terminou sem fazer um balanço à sociedade.

“O “Angola investe” é um dos programas mais moderno do mundo. É um programa que apoiava os pequenos, médio e grandes empreendedores. Dava a possibilidade dos pequenos terem economistas e consultores para lhes ajudar a fazer os seus projectos e o estado pagava parte deste dinheiro. Possibilitava o empresário ter uma taxa bonificada a volta dos 7%, hoje está de 24% a 30%. O programa tinha um fundo de garantia que apoiava aqueles empresários que não tinham garantias reais e com este tipo de garantia o estado deveria emprestar o dinheiro” sugeriu.

Sobre a privatização de empresas públicas, Francisco Viana diz não ser oportuno porque o empresário angolano não tem por onde ir buscar o dinheiro e suspeita que a insistência das autoridades angolas indica que os investimentos serão entregues aos estrangeiros e aos seus amigos ricos.

“Nós não estamos preparados para ir às privatizações por causa de uma governação desgovernada em que muito dos nossos governantes foram os nossos concorrentes, enriqueceram-se ilicitamente e agora são eles que vão poder comprar as fazendas e outras infraestruturas construídas com o dinheiro do povo”.

Sobre as detenções e condenações dos supostos elementos que saquearam o dinheiro público, conta que perseguições e cadeias não vão trazer sossego ao país, mas das duas uma, ou começa a ver oportunidades para todos ou então todos aqueles que praticaram o peculato e lavagem de dinheiro que enfrente a justiça.

“Nós somos o povo, queremos também que os resultados disso tudo nos toca, não basta prender os ladrões, é preciso dar a quem merece. Quando você prende os ladrões para depois dar a outros ladrões, também não interessa”, contou.

 

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