FOME EM ANGOLA: Activista pede a João Lourenço para decretar situação de calamidade pública

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O activista angolano na província do Moxico, Nelson Mucazo Euclides, escreveu uma carta ao Presidente da República, mostrando-se preocupado com a fome e miséria que assola os angolanos sobretudo no leste de Angola. Para o activista sugere ao João Lourenço decretar a situação de calamidade em todo o país.


Por Marina do Rosário

“É com profunda preocupação que faço um apelo urgente relacionado com a situação de extrema fome que assola o nosso país. É com pesar que testemunhamos um cenário alarmante, onde um número significativo de pessoas não tem sequer acesso a água potável e a alimentos básicos para a sobrevivência.”

Segundo Nelson Euclides, a província do Moxico, na cidade do Luena, é o exemplo gritante desta realidade desoladora, onde famílias inteiras são forçadas a enviar os seus filhos para as ruas, na esperança de que possam conseguir pão junto às pessoas que frequentam as padarias.

“É inaceitável e desumano que crianças estejam obrigadas a mendigar nas ruas para sustentar as suas famílias”, frisou.

A situação em que o país se encontra atualmente levou Nelson a constatar que hoje vivemos em condições ainda mais precárias do que durante o período de guerra, quando pelo menos havia a distribuição de alimentos como fubá e feijão pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), hoje, conta o activista, apenas os mais abastados conseguem adquirir um simples quilo de feijão.

Isso leva-nos a questionar se o valor do nosso país está a ser reconhecido e respeitado, e se o governo está verdadeiramente a cumprir o seu papel de servir e proteger os seus cidadãos.

“Apelo urgentemente ao Presidente da República para que Vossa Excelência decrete a situação de calamidade pública face à fome que assola muitas regiões do país. Medidas emergenciais e eficazes precisam ser tomadas para garantir que cada cidadão tenha o direito básico à alimentação e à dignidade humana”, escreveu.

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