Encerramento das representações da Junta médica obriga irmão de JLO colocar o cargo à disposição

 

22 anos depois, o intocavel Diretor-geral da Junta Nacional de Saúde, Dr. Augusto Manuel Gonçalves Lourenço, irmão mais velho do Presidente da República de Angola, decidiu, em Março, colocar o cargo à disposição depois da Ministra da Saúde Silvia Lutucuta ter anunciado o encerrmento das representações da junta na África do Sul e Portugual.


Por Isidro Kangandjo

Parara muitos, a junta médica era considerada como sendo uma instituição de malfeitores e de lavagem de dinheiro pela forma como tiveram conduzidos o processo de tranferência e a estadia dos pacientes. Por causa do custo elevado por culpa dos contratos milionários e a má-fé dos elementos da instituição, o Ministério da Saúde, decidiu, o ano passado, encerrar as representações nos países como África do Sul e Portugal.

A decisão, terá frustrado muitos membros da Junta, incluindo o Director-Geral da Junta Nacional de Saúde que tiveram como essas representações como fonte de rendimentos, ou seja, de enriquecimento ilícito. Uma fonte a que o Factos Diários teve acesso avançou que Dr. Augusto Manuel Gonçalves Lourenço, terá solicitado em Março um pedido de demissão das suas funções e, será hoje, 10 de Maio, substituido por Dr. Agostinho Matamba o então Director do Hospital Américo Boavida.

Tendo em conta os valores que foram orçamentados naquela instituição durante muitos anos, Activista Cívico Jaime Domingos, sugere ao SIC e IGAE a efectuar uma invesgação independente, sem olhar no laço familiar do Chefe-Estado uma vez que há muito indício de desvio de fundos.

Numa entrevista que o director-geral concedeu ao jornal de Angola em 2018, conta que a permanência no exterior durante 12 meses, a exemplo da África do Sul, o custo por doente com tratamento médico e medicamentoso, associado ao do bilhete de passagem, custa mais de 4.000.000,00 Kwanzas, ao passo que em Portugal o custo é elevadíssimo.

De acordo com os dados da ANGOP, entre 1999 e 2012 o investimento terá sido de mais de 20 mil milhões de Kwanzas, porém Augusto Lourenço retorquiu afirmando que os valores apresentados não eram reais e afirmou que recebiam, para os dois países, um valor anual de apenas 994.518.540,00. O valor investido no período de 13 anos (1999 a 2012) foi então, de cerca de 13 mil milhões de Kwanzas. Outros escândalos financeiros surgiram em 2015 em que o orçamento foi de 3 mil milhões de kwanzas (16 milhões de euros à data), mas a instituição recebeu apenas 746 milhões de kwanzas (quatro milhões de euros). Em 2016, dos 4 mil milhões de kwanzas (21,6 milhões de euros) planificados foram apenas disponibilizados 1.700 milhões de kwanzas (9,1 milhões de euros), e, no ano seguinte, de um orçamento inicial de 3 mil milhões de kwanzas, a instituição recebeu 971 milhões de kwanzas (5,2 milhões de euros). A diferença do valor não foi justificada por nenhuma entidade do Estado.

Alexandre Sebastião André, Presidente do Grupo Parlamentar da CASA-CE, fez saber que não há razões dos doentes transferidos para o estrangeiro reclamarem de fome e de falta de atendimento, porque, entende o parlamentarista, o OGE confere um orçamento anual para o sector e alertou que se precisa saber quem realmente está a se beneficiar do dinheiro alocado para o efeito.

Dr. Augusto Manuel Gonçalves Lourenço, sugeriu em 2018 que o país teria poupado muito dinheiro se tivesse bons hospitais. Numa entrevista concedida às edições Novembro no dia sete de Abril de 2018, Lourenço (médico), conta que mensalmente são enviados dez doentes, cinco em Portugal e cinco na África do Sul. Segundo o responsável, a quantidade de doentes no exterior do país não é grande, mas o tempo de permanência é exagerado, sendo um peso para os cofres do Estado.

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