Embaixador da paz: “Se não for aplicada muita sapiência Angola pode cair num caos”

O país tem acompanhado, nos últimos tempos, trocas de mimos entre partidos políticos na oposição e o partido-estado, assim como uma pressão enorme da sociedade civil exigindo uma alternância política com urgência, um fenómeno que coloca em risco a estabilidade do país.


Por Isidro Kangandjo

João Kanda Bernardo, embaixador da paz e especialista em conflitos regionais, disse, hoje, ao Factos Diários que se não for aplicada muita sapiência, o país pode cair num caos uma vez que a insatisfação do povo está possivelmente baseada na política social inapropriada. “Nesta conjuntura de Conflitos sociais, uma insurreição popular pode ser imprevista, porque pode acontecer num momento menos esperado. Conforme estamos acompanhar, os angolanos precisam da Paz na barriga e de alegria no bolso”, alerta.

O Embaixador da Paz e especialista em conflitos regionais entende que as próximas eleições serão de grande desafio, uma vez que a conjuntura social e política actual afugentam o voto de confiança ao MPLA e ao Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço. “Mesmo a nível do próprio MPLA há muitos que não acreditam no Presidente João Lourenço”, sublinha.

“É verdade que as pessoas mudam, tal como as instituições também mudam de estratégias, mesmo que haja vontade política por parte do MPLA e seu presidente, haverá necessidade de se ter muita paciência, porque as coisas não mudam de um dia para o outro. Governança é algo sério e complexo. Por isso, ela deve também ser exercida por pessoas sérias e que garantem esperança”, disse.

Embaixador João Kanda, reconhece, por um lado, que Presidente Lourenço herdou muitos erros da Governação anterior e está com dificuldades de dar respostas a muitos problemas que afligem o povo angolano desde 1975, porém, se quiser merecer o voto dos angolanos e continuar a ser Presidente, segundo conta, terá de encontrar soluções para estes problemas, para conectar Angola com o séc. XXI.

Embaixador da Paz termina dizendo que Angola não precisa apenas de uma alternância política, precisa também de alternância de mentalidade, “porque os Governos são compostos por indivíduos e enquanto o nível de instrução social de Angola continuar baixo, haverá sempre um ou outro membro do Governo que poderá confundir o erário com o patrimônio privado”, rematou.

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