CONFLITO DE GERAÇÕES AMEAÇA DIVIDIR O MPLA EM LUANDA

A Província de Luanda reúne o maior núcleo de militantes do MPLA em Angola. Esta concentração prende-se não apenas com o facto de a capital do país agregar os maiores quadros do Partido, mas sobretudo pelo facto de ser em Luanda que se encontra a sede da Direcção do MPLA e de onde é “arquitectada” toda a estratégia de acção.


Por Redação do Factos Diários

Desde a ascensão de João Lourenço à liderança do MPLA e à Presidência da República, um novo paradigma tomou conta da gestão dos quadros internos do Partido.

É assim que, avisado sobre a necessidade imperiosa de projectar jovens promissores para cargos de chefia nas estruturas interna do MPLA, João Lourenço tem dado espaço a juventude competente do Partido, de formas a imprimir uma nova dinâmica aos desafios assumidos pelo MPLA, tendo em vista as próximas eleições gerais e autárquicas.

Porém, este novo paradigma em curso nas estruturas internas do MPLA não está a agradar muitos mais velhos, alguns dos quais em cargos de liderança, que se vêem “ameaçados”, com a aproximação de jovens promissores.

A confiança depositada por João Lourenço aos jovens quadros formados nas estruturas internas do Partido preocupa, sobremaneira, a velha geração de políticos do MPLA, que não encara com “bons olhos” a oportunidade proporcionada à nova geração de quadros.

Em face disso, o “conflito de gerações” tem dominado o ambiente interno do MPLA, sobretudo na Província de Luanda. Os mais velhos recusam-se a “largar o tacho”, mesmo sabendo que estão “caducos” e mais nada têm a acrescentar ao Partido.

De um tempo a essa parte que as lutas internas no MPLA resultam da teimosia da velha geração aceitar que se deve rejuvenescer as estruturas internas do Partido, tal como aconteceu com a liderança, em que José Eduardo dos Santos cedeu o “trono” a João Lourenço. Alguns críticos do MPLA em Luanda lamentam o facto de entre os que hoje teimam em largar os cargos, estão políticos que antes questionavam os longos anos de Eduardo dos Santos na liderança do MPLA.

“Como pode alguém que antes criticava os anos de presidência de JES hoje querer perpetuar no cargo?”, questionou um político do MPLA, que pediu anonimato.

As “guerras” internas no Partido dos Camaradas, segundo ainda este militante do MPLA, vive-se ao nível do Comité Provincial do Partido em Luanda. As “brigas” centram-se, precisamente, no facto de a velha geração não acreditar na capacidade de os jovens fazerem mais e melhor. Os tais conflitos internos subiram de tom, ao ponto de os alarmes terem chegado aos ouvidos de João Lourenço.

Irredutível na sua posição e no seu projecto de “melhorar o que está bem e corrigir o que esta mal”, apoiado por boa parte da velha geração acessível à “injecção” de sangue novo no Partido, João Lourenço projecta, ao que se sabe, uma profunda remodelação no Comité Provincial do MPLA em Luanda, por não concordar com actos arrogantes, do estilo “daqui ninguém nos tira”.

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